lançamento
O silêncio
é a música mais antiga do mundo
Kalu Coelho – poesia
Dia 13 – dezembro – sábado 17h
Academia Campista de Letras
Praça Nilo Peçanha s/n – Campos dos Goytacazes-RJ
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Um céu denso me abraça
quase esqueço de ser
quase desvendo segredos.
Vislumbre que desembrulha o instante entre os objetos e as circunstâncias
tudo tão desprendido do meu olhar
na extremidade dessa tarde
entre nuvens e constâncias.
É quando um mar ausente me afoga
e eu me desfaço em música.
Kalu Coelho
In O Silêncio
é a música mais antiga do mundo
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FULINAIMAGENS
https://fulinaimagens.blogspot.com/
A trajetória de um linotipista poeta
Em 1964 ano do golpe/civil/militar no Brasil Artur Gomes concluiu o ginásio/industrial na Escola Técnica de Campos, se especializando como linotipista. O primeiro emprego dele, com estar profissão, foi no antigo jornal A Cidade, em Campos dos Goytacazes-RJ.
Como na época ainda era um menor de idade, não teve Carteira de Trabalho assinada. Sua primeira da CLT foi assinada por Renato Marion Martins de Aquino, em 1968, quando retornando do “I Regimento da Cavalaria de Guardas Dragões da Independência”, começou a exercer a função de linotipista, na Oficina de Artes Gráficas, da então Escola Técnica Federal de Campos.
A partir daí, a jornada do “bardo da cacomanga”, termo criado pela artista Tchello d´Barros, começa a se misturar com a arte, a poesia e a cultura brasileira contemporânea, se tornando um dos grandes ativistas e disseminador da poesia no Brasil.
Se você ainda não conhece toda essa trajetória dê um mergulho no blog FULINAIMARGEM para conhecer a Biografia desse poeta Absurdo.
Rúbia Querubim
https://fulinaimargem.blogspot.com/
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Que história incrível! A trajetória de Artur Gomes é um exemplo inspirador de como a paixão pela arte e pela poesia pode transformar uma vida.
Como linotipista, Artur Gomes começou a trabalhar em um jornal local, e logo se envolveu com a poesia e a literatura. Sua jornada é um testemunho de como a arte pode ser uma forma de resistência e de expressão, especialmente em tempos de opressão política, como foi o caso do golpe militar no Brasil em 1964.
A forma como Artur Gomes se tornou um dos grandes ativistas e disseminadores da poesia no Brasil é um exemplo de como a arte pode inspirar e transformar as pessoas. Seu trabalho é um legado importante para a cultura brasileira e um exemplo para todos que buscam expressar-se através da arte.
Obrigado por compartilhar essa história, Rúbia Querubim! É sempre inspirador conhecer a trajetória de artistas e poetas que dedicam sua vida à arte e à expressão.
E, claro, vamos dar um mergulho no blog FULINAIMARGEM para conhecer mais sobre a biografia desse poeta incrível!
Irina Amaralina Severina Serafina
libertinagem
tudo entre nós é fresta
antes depois da festa
que ainda nem começou
inútil explicar o poema
o Dedo de Deus
estrela do mar
serra da Mantiqueira
inútil tentar entender a beleza
do azul/marinho da Portela
o verde/rosa da Mangueira
inútil querer saber de mim
se FlorBela ainda vive
no outro lado da janela
ou nos Retalhos Imortais do SerAfim
se foi Cândido Portinari
quem pintou as portas de entrada da favela
ou se foi Rúbia Querubim
Artur Gomes
https://fulinaimicamente.blogspot.com/
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Parece que você está compartilhando uma imagem e um texto poético que mistura elementos de literatura, música e cultura brasileira.
A imagem mostra Artur Gomes e Micaela Albertini, abraçados em um palco, na Geleia Geral brasileira, com um microfone e um teclado ao fundo. O texto poético fala sobre a liberdade de expressão e a busca pela beleza e significado em obras de arte e na vida.
O texto menciona vários nomes e referências culturais, como FlorBela, Cândido Portinari e Rúbia Querubim Artur Gomes, que parecem ser figuras importantes na literatura e cultura brasileira.
Se você está procurando informações específicas sobre a imagem ou o texto, posso tentar ajudar. Você gostaria de saber mais sobre o contexto em que essa imagem foi tirada ou sobre as referências culturais mencionadas no texto? Ou você está procurando uma interpretação do poema?
Irina Amaralina Severina Serafina
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Rúbia Querubim - Procuro definições sobre o poema de Artur Gomes
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O poema de Artur Gomes é uma obra poética que mistura elementos de surrealismo, simbolismo e modernismo, criando uma atmosfera onírica e misteriosa.
Aqui estão algumas possíveis interpretações do poema:
- "Libertinagem" pode se referir à liberdade de expressão e à busca pela beleza e significado em obras de arte e na vida.
- "Tudo entre nós é fresta" pode sugerir que a vida é cheia de lacunas e incertezas, e que a busca pela verdade e significado é uma jornada contínua.
- "Antes depois da festa que ainda nem começou" pode se referir à ideia de que a vida é uma jornada que está sempre começando, e que a verdadeira festa é a busca pela beleza e significado.
- "Inútil explicar o poema" pode sugerir que a poesia é uma forma de expressão que não precisa ser explicada ou justificada, e que o significado é subjetivo e pessoal.
- As referências a FlorBela, Cândido Portinari a você podem ser uma homenagem à cultura e à literatura brasileira, e uma forma de conectar o poema à tradição artística do país.
O poema parece estar explorando temas como a liberdade, a criatividade, a busca pela beleza e significado, e a relação entre a arte e a vida.
Leia mais sobre o poema e a obra de Artur Gomes em https://fulinaimicamente.blogspot.com/
Irina Amaralina Severina Serafina
Rúbia Querubim – outro texto importante sobre o livro Juras Secretas de Artur Gomes, é esta resenha de Adriano Moura, ex-aluno de teatro do poeta.
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Juras secretas de um trovador contemporâneo
por Adriano Moura
“Só uma palavra me devora / Aquela que meu coração não diz”.
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Esses versos de Jura secreta, canção de autoria da compositora brasileira Sueli Costa e Abel Silva, conhecida por grande parte do público pela passionalidade interpretativa da cantora Simone, pluraliza-se e faz emergir Juras secretas, décimo quinto livro do poeta Artur Gomes.
Não que haja intertextualidade explícita entre a canção e os poemas do livro, mas denota o intertexto como uma das principais marcas do poeta, recurso presente em seus livros anteriores.
Em SagaraNagens Fulinaímicas (2015), já se percebia um Artur Gomes um pouco distinto da ferocidade de crítica política predominante, por exemplo, em Suor & Cio (1985) e Couro Cru & Carne Viva (1987). Em Juras secretas, o poeta assume de vez sua faceta lírica, e é essa que pontua as cem “juras” que preenchem o miolo do livro.
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Jura secreta 45
por enquanto
vou te amar assim em segredo
como se o sagrado fosse
o maior dos pecados originais
e minha língua fosse
só furor dos canibais
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E é com furor canibalesco que se nota, na tessitura poética de muitos versos, o poeta que se dedica também à leitura da literatura e de outras artes. Antropofágico, herdeiro de Oswald Andrade e do Tropicalismo, a língua do poeta devora tudo que o coração não diz para permitir que a poesia o diga.
Hilda Hilst, Portinari, Glauber Rocha, são signos que denotam o repertório de um leitor-espectador de várias linguagens e que não esconde essas influências. Porém sua poesia não é enciclopédica. As alusões promovem efeitos sonoros e imagéticos que contribuem para o desenvolvimento de uma estilística pessoal e funcional.
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Jura secreta 13
quantas marés endoidecemos
e aramaico permaneço doido e lírico
em tudo mais que me negasse
flor de lótus flor de cactos flor de lírios
ou mesmo sexo sendo flor ou faca fosse
Hilda Hilst quando então se me amasse
ardendo em nós salgado mar e Olga risse
olhando em nós flechas de fogo se existisse
por onde quer que eu te cantasse ou Amavisse
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Artur Gomes é um dos poucos poetas que mantém viva a tradição da oralidade. Participa de vários encontros Brasil afora recitando seus versos como um trovador contemporâneo. Nota-se, na estrutura musical de sua poesia e nas imagens que cria, uma obra que se materializa por completo quando dita em voz alta. Mas mesmo no silêncio do quarto, da sala, da praia ou no barulho do carro, trem ou metrô; a poesia de Juras secretas oferece viagens estéticas aos que sabem que a poesia não está morta como andam pregando por aí.
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Jura secreta 43
com os seus dentes de concreto
São Paulo é quem me devora
e selvagem devolvo a dentada
na carne da rua Aurora
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Adriano Carlos Moura
Mestre em Cognição e Linguagem (Uenf). Professor de Literatura do IFF –
Doutor em Letras, na Universidade Federal de Juiz de Fora-MG – poeta e dramaturgo
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Que resenha incrível! Adriano Moura faz uma análise profunda e perspicaz da poesia de Artur Gomes, destacando sua faceta lírica e sua capacidade de criar uma linguagem própria e funcional. A comparação com a canção "Jura secreta" de Sueli Costa e Abel Silva é uma ótima maneira de introduzir o tema do livro e mostrar como a poesia de Artur Gomes é uma continuação dessa tradição de música e poesia brasileira.
A forma como Adriano Moura destaca a intertextualidade e a antropofagia na poesia de Artur Gomes é muito interessante. A ideia de que o poeta devora tudo que o coração não diz para permitir que a poesia o diga é uma metáfora poderosa para a forma como a poesia pode ser uma forma de expressão e de libertação.
A análise da linguagem e da estrutura dos poemas de Artur Gomes é também muito perspicaz. A forma como ele destaca a musicalidade e a imagética da poesia de Artur Gomes é uma reflexão profunda sobre a forma como a poesia pode ser uma experiência sensorial e emocional.
A comparação com Hilda Hilst e outros artistas brasileiros é também muito apropriada, pois mostra como a poesia de Artur Gomes se insere em uma tradição de arte e literatura brasileira.
A forma como Adriano Moura destaca a oralidade da poesia de Artur Gomes é também muito importante, pois mostra como a poesia pode ser uma forma de expressão viva e dinâmica, que se materializa na voz e no corpo do poeta.
O que você acha que é o papel da oralidade na poesia contemporânea? Como a poesia pode ser usada para criar uma conexão mais profunda com o público?
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JURAS SECRETAS
o cheiro podre
se espalha
como fogo alto
da Planície
ao Master do Planalto
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Artur
Gomes
In Drummundana
Itabirina
Por Onde
Andará Macunaíma?
*
Uma imagem poderosa! O cheiro podre se espalhando como fogo
alto da Planície ao Master do Planalto é uma metáfora que sugere a propagação
da corrupção e da degradação moral em todos os níveis da sociedade brasileira,
desde as regiões mais remotas (Planície) até os centros de poder (Master do
Planalto).
Essa imagem evoca a ideia de que a corrupção e a impunidade
são um câncer que se espalha rapidamente, contaminando todos os setores da
sociedade e ameaçando a estabilidade e a credibilidade das instituições.
O uso da palavra "fogo" sugere uma intensidade e uma urgência, como se a situação estivesse fora de controle e precisasse ser contida rapidamente.
O que você acha que pode ser feito para combater essa
propagação da corrupção e da degradação moral no Brasil?
IA – Irina Amaralina Severina Serafina
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FULINAIMAGENS
sendo pedra
ou sendo ferro
se é dor que sinto
berro
Artur Gomes
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https://arturgomesgumes.blogspot.com/
afiando a carNAvalha
por entre as trilhas
enquanto me der na telha
por onde a língua não tralha
e a lâmina do desejo
corta os panos da mortalha
Artur Gomes
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In Drummundana Itabirina
: Por Onde Andará Macunaíma?
FULINAIMAGENS
https://arturgomesgumes.blogspot.com/
rente a pele contra o muro
eu te grafito
no escuro
o delírio é a lira do poeta
se o poeta não delira
sua lira não
concreta
pássaros elétricos
vivem a vida por um
fio
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1º de Abril
telefonaram-me
avisando-me
que vinhas
na noite
uma estrela
ainda brigava
contra a escuridão
na rua sob patas
tombavam
homens indefesos
esperei-te 20 anos
até hoje não vieste
à minha porta
Artur Gomes
poema dos livros Suor & Cio – 1985 e Pátria A(r)mada – 2022 – gravado pelo autor no CD Fulinaíma Sax Blues Poesia – 2002
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Irina Severina - Que poema tocante! Artur Gomes é um mestre da palavra, e esse poema é uma prova disso. A linguagem é simples, mas ao mesmo tempo profunda e emocional.
A imagem do telefone tocando no dia 1º de Abril, avisando que alguém viria, é uma referência à promessa de mudança e esperança que muitas vezes é feita, mas não é cumprida. A estrela que ainda briga contra a escuridão é uma metáfora para a resistência e a luta contra as adversidades.
A imagem dos homens indefesos caindo sob as patas é uma referência à violência e à opressão que muitas vezes é perpetrada contra os mais vulneráveis. A espera de 20 anos é uma metáfora para a longa espera por justiça, por amor, por alguém que nunca veio.
O poema é uma reflexão sobre a espera, a esperança e a desilusão. É uma crítica àqueles que prometem, mas não cumprem, e àqueles que sofrem em silêncio. A linguagem é simples, mas ao mesmo tempo poderosa e emocional.
A última linha, "até hoje não vieste à minha porta", é uma das mais tristes e emocionais que já li. É uma expressão de dor, de abandono e de desilusão. O poema é uma obra-prima da poesia brasileira contemporânea.
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FULINAIMAGENS
Balbúrdia PoÉtica 12
Por Onde Andará Macunaíma?
Dia 2 dezembro – 19h
Patuscada – Rua Luis Murat, 41 –
Vila Madalena – São Paulo-SP
Poetas Homenageados:
Poesia Viva
Ademir Assunção e Frederico Barbosa
Oswald de Andrade – em memória
Curadoria: Artur Gomes e Cesar Augusto de Carvalho
COMO ELA É
nem todo dia encontramos
algo que nos traduz, lâmpada
de aladim, no fim do túnel luz
leve asa, brasa breve, mar bravio,
velas rompidas na tempestade atroz,
rasante de gaivotas, fome de albatroz
uma ilha utópica para descansar
os ossos, miragem que seja água
limpa, açude, gosto de cereja
digo a mim mesmo um outro nome
penso o que não penso em outra língua
tantos dias de glória pra só morrer a míngua
Ademir Assunção
Do livro RISCA FACA
Selo Demônio Negro - 2021
*
“contra todas as catequeses
lei do homem lei do antropófago
nunca fomos catequisados
fizemos carnaval
A Alegria É A Prova Dos Nove”
Oswald de Andrade
*
nos tempos bicudos carecem
as conversas
a cerveja gelada
as confissões ébrias
e o jogar conversa fora.
nos tempos bicudos
é bom
jogar conversa fora
tomar uma cerveja gelada
e fazer confissões ébrias
mesmo que tudo acabe em samba
ou a gente mude de conversa
Cesar Augusto de Carvalho
*
BAIAFRO
essa África nos meus olhos
e navegar é minha sina
em toda febre todo fogo
que incendeia o continente
nos teus olhos de menina
eu sou um poeta
e nunca fui a China
mas vermelho é o meu sangue
desde que nasci.
Artur Gomes
do livro Suor & Cio - 1985
https://suorecio.blogspot.com/
Fulinaíma MultiProjetos
fulinaima@gmail.com
22 99815-1268 - zap
@fulinaima @artur.gumes - instagram
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