Amor, então
também acaba¿
não que eu saiba.
o que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva
ou em rima.
Paulo Leminski
O Anjo Torto
quando nasci Torquato Neto
veio ler a minha mão
tinha chegado de Teresina
com uma garrafa de cajuína
e um livro na outra mão
vá bicho
não tenha medo do inferno
seja um poeta moderno
cheire as flores do mal
que a poesia de Baudelaire
vai te salvar no final
Artur Gomes
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Tenho o prazer de informar que BALBÚRDIA 3 receberá um nome
de peso: quem acaba de confirmar presença é nada menos que o biógrafo de
Leminski, o jornalista Toninho Vaz, autor de "Paulo Leminski - O bandido
que sabia latim".
Tchello
d´Barros
Uma bela lembrança
de 2014 em Bento Gonlaves-RS
momento emocionante hoje pela manhã, na Fundação Casa das Artes Bento Gonçalves-RS, com Toninho Vaz (biógrafo de Torquato Neto) e Ronaldo Werneck, escritor e poeta homenageado da XXII Edição do Congresso Brasileiro de Poesia.
Na mesa um bate-papo sobre a Tropicália, e na plateia uma centena de estudantes universitários que terão no vestibular o emblemático disco Tropicália, como matéria de prova. Terminado o bate-papo um belíssimo show com músicas do disco, com a dupla Samba de 2, de Cataguases-MG. Meu Deus que voz tem essa mulher chamada Taylis! - Breve vocês verão no youtube e quero ver se terão a coragem de me desmentir.
Lembrando que hoje a partir das 17h tem lançamento na Livraria do Maneco, de mais uma aventura de Airton Ortiz e amanhã na Aquarela o lançamento da biografia do Torquato Neto, por Toninho Vaz
fotos: May Pasquetti
Artur Gomes
Bento Gonçalves-RS - 8 de outubro de 2014
viva a liara do delírio antropofágica paulista metendo a língua na linguagem os bordéis de copacabana
Artur Gomes
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são fransciso um cisco
risco
de mergulhar no
precipício
saltar o muro
na porta do hospício
risco
traço de palavras tortas
palavras
que não dizem nada
risco de perder a curva
e seguir a linha reta
medo é uma forma concreta
de agarrar o abstrato
por enquanto
vou te amar assim sem segredo
admirando o teu retrato
Artur
Gomes
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Balbúrdia Poética III – Poesia a + de 80 Torquato Leminski
Dia 24 – Abril – 19
Bar do Ernesto – Lapa Rio de Janeiro
timaço confirmado para intervenções:
Alexandre Guarnieri + Aroldo Pereira + Carmem Moreno + Delayne Brasil + Fil Buc + Sady Bianchin + Marcella Gianini + Tanussi Cardoso + Fábio Pessanha + Tanussi Cardoso + Fernando Andrade + Eurídice Hespanhol + Jorge Piri + Jorge Ventura + Ronaldo Werneck + Telma da Costa + Sérgio Arruda + Wanda Monteiro + Karla Julia + Margareth Bravo + Ricardo Reis
Produção e Direção: Artur Gomes, Tchello d ´Barros e Luis Turiba

e pode ser dolorido
não tem mapa nem aviso
o mundo ataca de frente
e por mais que você enfrente
te pega desprevenido
A vida é um rabisco
e do muito que nos dói
por vezes não faz sentido
aquele beijo não dado
um verbo que jaz calado
o amor que não foi vivido
Tchello d'Barros
Há mais de uma década, fiz uma série de retratos desenhados de escritores e personalidades cujas leituras me afetavam a pituitária. Comecei c/ Saramago , passando por Clarice e lembro que concluí c/ Lêdo Ivo. Os desenhos eram depois escaneados e vetorizados, resultando nesse efeito que se vê aí nessas imagens de Leminski e Torquato. Fiz uma exposição no CEPA de Maceió, com cada imagem plotada em 100 X 100 cm. Dois deles, invadem agora a BALBÚRDIA III !!! 💣
Fulinaimicamente
para Isabela Veras
do som dessa palavra
nasce uma outra palavra
fulinaimicamente
no improviso do repente
do som dessa palavra
nasce uma outra palavra
fulinaimicamente
o coração ainda pulsa
enquanto há tempo
enquanto é tempo
enquanto posso
o coração ainda pulsa
no café no jantar e no almoço
o coração ainda bombeia
sangue na veia
poema em carne osso
navego por caravelas
não por acaso
no improviso de repente
em novecentos e noventa e dois
conheci uma menina
trinta e dois anos depois
uma mulher potente
seu coLATERAL
é um presente pra pensar nosso futuro
lamparina incandescente
pra clarear o Templo escuro
Artur Fulinaíma
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*
Purpurina
“Eu vou
te jogar num pano de guardar confetes”.
Zé Ramalho
Os dias
passam e ainda
esses
pequenos pontos brilhantes, esses
que
insistem em esconder-se
nas dobras dos joelhos
sobre o silêncio das espáduas
no pescoço e em pontos remotos
das
curvas do meu corpo.
Tomo
outro banho
Que se
esvaiam as lembranças
que eu
não quero mais você
há
tantos carnavais
esses
pontos luminosos
estrelinhas que insistem em me lembrar
das
coisas sem nome certo ou endereço
A memória, valsa cheia de tropeços
Tentativas,
ato falho
promessas ao avesso, juras ao vento
e ilusão passageira persistem
como tatuagens secretas no corpo
Terei
te esquecido
quando
eu finalmente lavar
o
carnaval do meu rosto...?
Marcela Giannini
Língua à brasileira
Ó órgão vernacular alongado
Hábil áspero ponteado
Móvel Nobel ágil tátil
Amálgama lusa malvada
Degusta deglute deflora
Mas qual flora antropofágica
Salva a pátria mal amada
Língua-de-trapo Língua solta
Língua ferina Língua douta
Língua cheia de saliva
Savará Língua-de-fogo e fósforo
Viva & declinativa
Língua fônica apócrifa
Lusófona & arcaica
Crioula iorubaica.
Língua-de-sogra Língua provecta
Língua morta & ressurecta
Língua tonal viperina
Palmo de neolatina
Poema em linha reta
Lusíadas no fim do túnel
Caetano não fica mudo
Nem “Seo” Manoel lá da esquina
Por ti Guesa Errante, afro-gueixa
O mar se abre o sol se deita
Por Mários de Sagarana
Por magos de Saramago
Viva os lábios!
Viva os livros!
Dos Rosas Campos & Netos
Os léxicos Andrades, os êxtases
Toda a síntese da sintaxe
Dos erros milionários
Desses malandros otários
Descartáveis, de gorjetas.
Língua afiada a Machado
Afinal, cabeça afeita
Desafinada índia-preta
Por cruzas mil linguageiras
A coisa mais Língua que existe
É o beijo da impureza
Desta Língua que adeja
Toda a brisa brasileira
Por mim
Tupi,
Por tu Guesa
Luis Turiba
Mais que nunca
E no entanto, é preciso cantar
Mais que nunca, é preciso cantar
É preciso cantar e alegrar a cidade
Vinicius de Moraes
A bala da moda é a perdida na balada nossa de cada dia
Cidade partida sempre se mostra, roça as vidas: mil Rocinhas
Não se queira que se dane o Rio de sangue e maravilhas
Rio explode nas retinas e até pode virar minas
Mais que nunca, cantar forte coletiva utopia
E que rio de recortes seja só em geografia
Arte é campo sem divisas, vê além do que espia
Qualquer canto será grande sob o céu da poesia
Delayne Brasil
(poema do livro Na pele do mundo, Ventura Editora, 2023).
despautério
de torquália
nada demais
se o muro é pintado de verde
não sei se ainda quero ver-te
neste país do carnaval
lírico demais
se os planos são enganos
para mim tanto faz
as perdas e os danos
eu sou como sou: vidente
e vivo tranquilamente
todas as horas do fim
se o poeta é um anjo torto
a tarde já nos traz
o corpo de um outro morto
agora não se fala mais
toda palavra é uma cilada
o início pode ser o fim
do começo que não deu em nada
eu sou como sou: vidente
e vivo tranquilamente
todas as horas do fim
nada de mais
se quiserem roer o osso
já não estou nem aí
como geleia até o pescoço
nada de mais
se a palavra é precipício
o que fica tanto faz
a poesia já não corre risco
Herbert
Valente de Oliveira
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SOL DE CARNAVAL
Luis Turiba
a chama flama
quase brasa
não mais possível
queimar a mufa
sem cair na farra
nada afaga
nem a chuva
dar um tchibuns
em blocos cordões
charangas bandas
fanfarras
multidões travessas
cruzas urbanas
homens em seus leques
pileques, mo-lekes
salamaleques
piratas pirados
meninas arrastam
suas meias arrastadas
seus biquinis de brilhos
fora dos trilhos
ressaltam nádegas
arredondadas em
bundas empinadas
no meio do redemunho
manobras danças coletivas
extraordinários desacatos
pulsações carnais
na roda, um senhor
de setenta ou mais
ah!
sou um periférico
de estrutura férrea
perdido entre pingos
suores e água fresca
na nuca abrupta suada
o calor derrete a moringa
líquido ferve em frevos
o suor do sol da sede
não bebo cervejas
as juntas se juntam
e juntas, venceremos!
embalar as crias
em voos que zarpam
raspando o lado
precipício da corcunda
do Corcovado ao Pão
de Açúcar
d’onde ouvimos o coro
doce-inocente do samba
modernista do Oswald
na voz tropicalista de
Caetano
“no Pão de Açúcar
de cada dia
dai-nos Senhor
a poesia de cada dia
...no Pão de Açúcar.....
Glória, 16.02.024
Luis Turiba
Liquidez
“ Tenho algo a dizer que digo a mim próprio.” (Federico García Lorca)
O sal da boca adoça a partida desesperada
Nada dobra a esquina ou consegue vergar a montanha inexpressiva
Os automóveis velejam como náufragos na morte do relâmpago.
O céu olha para cima
a terra fecha-se em musgos incomunicáveis
Os moinhos viraram torres imensas
favorecendo trilhões de comunicações liquefeitas
O que se lê, esvai-se, flagela-se
A hora torna-se inútil
O gato aperfeiçoa o pulo
e o homem cai de si mesmo
O medo corrói a pele e a expressão da dor
a velocidade transcende ao holocausto das coisas simples
A vida derrama-se, espalma-se no espanto do nada.
Eu me declaro aos silêncios impotentes.
Eurídice Hespanhol
CÓDIGO
A palavra é armadilha.
A palavra é cilada.
A palavra é trilha.
A palavra é água.
Cuidado!
Ao dizer amor diga amor.
Ao dizer medo diga medo.
Ao dizer horror diga horror.
Não a dilua em ardis.
Deixe-a livre
sem corretor corrente
e adjetivo.
Deixe-a substantivo.
Cuidado!
A palavra é dura.
A palavra é crua.
A palavra é casta.
A palavra é seca.
A palavra é nua.
A palavra se basta.
Tanussi Cardoso
Espiões comandam assalto em massa
Olhos grandes, vigiando toda praça
Sob luzes acesas
Nenhum medo
Nenhuma demanda
Nem uma pergunta ordinária
Ignoram alto comando
Que impõe comportamentos uniformes
E que o perfil dos consumidores
Traduz - envenenamento social
Cúmplices do irreal
Calados
Todos
Contaminados
Confirmada presença de egotóxicos
Não sei se digo
Não sei se calo
Dessa água não beberei
Há outras fontes
Eu sei
*
Humanos aprisionam pássaros
Humanos aprisionam peixes
Humanos aprisionam Humanos
Humanos aprisionam
Margareth Bravo
Literato cantabile
agora não se fala mais
toda palavra guarda uma cilada
e qualquer gesto é o fim
do seu início;
agora não se fala nada
e tudo é transparente em cada forma
qualquer palavra é um gesto
e em sua orla
os pássaros de sempre cantam
nos hospícios.
você não tem que me dizer
o número de mundo deste mundo
não tem que me mostrar
a outra face
face ao fim de tudo:
só tem que me dizer
o nome da república do fundo
o sim do fim do fim de tudo
e o tem do tempo vindo;
não tem que me mostrar
a outra mesma face ao outro mundo
(não se fala. não é permitido:
mudar de idéia. é proibido.
não se permite nunca mais olhares
tensões de cismas crises e outros tempos.
está vetado qualquer movimento
Poeta da contracultura brasileira, Torquato Neto foi parceiro de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Edu Lobo e Jard’s Macalé em épicas canções do Tropicalismo. Nos jornais, nas músicas, nos poemas, fluía dele, espontâneo, um ritmo mágico de palavras. Morto em 1972, foi alvo das chamadas “patrulhas de esquerda”, que policiavam ideologicamente o meio cultural. Não à toa, seu poema "Literato Cantabile" desafinava – e ainda desafina – com os dois lados da mediocridade.
Luis Turiba
TANKA para Torquato
lua escarlate –
não ter medo do inferno
é um dever do poeta.
tremeluz o vaga-lume,
anjo torto navilouco.
*
Ruisu Ukezara ルイス受け皿 (1962/2017) psicografado por Ziul Serip.
A POESIA FICARÁ
mesmo que para sempre eu passe
haverá haverá casais
aos beijos às margens do sena
pescadores esparsos beira
pomba e ao largo do tejo
esse o fonema o dilema
passo a passo descompassado
eu passo para sempre eu passo
e passamos rumo ao esquecimento
que importa o poema febre fugaz
– peça passe compasso de passagem –
se o pôr do sol sempre brilhará
magnífico no palco de ipanema
pôr do sol que se esvai no céu e some
e apaga no quadro as minas-montanhas
e só sobra o poema feito poesia
homero ronsard shakespeare whitman
pessoa poe rimbaud baudelaire eliot
resta a poesia drummond cabral camões
a poesia ficará
anos muitos anos passados
e esse beijo à beira-sena
à beira-pomba beira-tejo
mãos mãos se enlaçando
namorados à beira rio
séculos séculos depois
sobrarão avencas acácias
e o forte aroma das magnólias
Ronaldo Werneck
Cataguases, maio 2020
Publicado na Coletânea
“Conexões Atlânticas”,
Lisboa, outubro de 2020
ENSAIO SOBRE AS MANHÃS
A porta do fim dá num beco inusitado,
repleto de recomeços.
Ninguém descobre o frescor do chão
desabitado,
enquanto o medo jura seus infernos!
Mas se a vida chama e o sujeito mete a cara,
não há terror que o aterre em jardim morto.
Movem-se as horas de infinito e novidades,
que não cabem nas compotas das certezas.
O vento descabela de improviso as folhas,
forrando de beleza o caminhar
(e há dor na rebentação dos ramos).
Os dias são bichos indomados,
sem nome e classificação:
ninguém se socorre do sofrer por adivinhação,
nem pondo tranca nos abraços.
A vida entra em qualquer gruta
e cata o ente debaixo de pedra,
quando cisma de ensinar pelo padecer.
Também o sol invade o olho agoniado,
devolve o infeliz ao sonho,
e transforma em liquidez seu sangue
coagulado.
O certo é que nunca se sabe o que a manhã
assina:
e a sorte é o não saber!
Carmen Moreno
Livro “Sobre o Amor e Outras Traições”, Editora Patuá.
oculta em desencanto
inaudível em meu ouvido
não há cor por tanto pranto
não há grito sem ruído
vejo a espinhosa folhagem
contorcer-se em rebeldia
no concreto mais selvagem
a mais bruta poesia
e o mau cheiro defluindo
o aroma da liberdade
é sujo e escuro o que sinto
eiva a flor por entre grades
(Jorge Ventura)
OROBORUS
Ao meio dia um galo branco cantou
em minha janela
nesse instante fiquei a pensar na palavra deus e se ao meu modo creio o mundo é feito de palavras
esse deus pertence a quem o escreve e a quem lhe inventa o momento primeiro
e lhe dá forma e lhe diz do derradeiro
esse canto ao meio dia desse dia
em que eu assim como o galo
desaprendi a língua dos relógios
me fez lembrar de que eu esqueci o nome dos dias e dos meses e me fez querer desinventar este ano que termina na palavra vinte
e me fez pensar na palavra deus
e no desejo de caminhar no rastro do começo
lá onde tudo era nu e sem nome
no chão do princípio onde irrompe a luz
na dobra do que não era tempo
na quebra do silêncio
acordei hoje ao canto desse galo branco
ao meio desse dia de palavra calendária inventada e escrita pelo humano
e fiquei a pensar que tudo que sabemos é o tudo que lembramos ou é o tudo que lembraram por nós
assim sabemos quando lembramos do salmo escrito por um ancião que nem nasceu ou lembramos de um continente que já foi mar ou lembramos da corredeira de um rio que já secou ou lembramos de uma língua que já morreu
um galo branco em minha janela cantou
me acordou e me fez pensar na palavra deus
e na palavra tempo
esse tempo-deus uma palavra
escrita em linhas de sombras
esse deus erguido e fechado em oroborus palavra que vinga – retorna e nos aprisiona no tempo do sem fim
dessa aldeia circunscrita ao verbo
almodóvar
um filme do almodóvar
pra te dizer
tá tudo bem,
mas é mentira
Fábio Pessanha
Obs.: Poema “almodóvar” presente no livro “na escuta o gatilho”, publicado por Rizoma Projetos Editoriais, em 2023.
leia mais do Fábio Pessanha você pode através do seu perfil no Instagram
https://www.instagram.com/fabiospessanha?igsh=eXVyam5pb3lmeHdy
e no seu site palavra : alucinógeno - https://viciovelho.com/palavra-alucinogeno/
"Pessoas como Nós"
Todas as pessoas sabem,
Todas as pessoas dizem,
Ou começamos a ir
Ou teremos que esperar
Enquanto as pessoas tentam
Nosso sol nunca se atrasa,
E dia após dia, noite após noite,
Pessoas como nós
Escolhem a melhor maneira
Para que você possa descansar na vida.
Pare o intervalo,
O tempo acabou,
E todas as pessoas permanecem
Como sombras no espelho do verão
Igor Calazans
Igor Calazans - Poeta, Jornalista e Produtor Cultural. Nascido em Niterói-RJ, é autor de 5 livros, além de participações destacadas em importantes antologias nacionais. Atualmente é editor do site RecantodoPoeta.com , coordenador do Movimento LaB Poético e curador do Sarau Epoché.
GUERREIRO
DA UTOPIA
O poeta de artíficio/não tem plano de saúde/ vive do eterno
vício/cuidando da sua virtude.
O poeta que é do olimpo/não tem verso de sermão/passa o tempo a
limpo/canta em alto e bom som.
O poeta que se preza/não tem casa de campo/passa a vida sem presssa/seu
lazer é papel em branco.
O
poeta que é de luta/faz da revolução amor à primeira vista/dos livros sua
morada como gruta/é guerreiro das palavras benditas.
Sady Bianchin
*
olha a metáfora clara
as vezes mesmo quando digo
não consigo dizer tudo
quase sempre viro gema mudo
baby me diz
que vai ser feliz
quando eu disser tudo
o que tenho para dizer
do outro lado da luz
embora já tenha dito
uma porção de coisas raras
baby ainda me declara
que quer mais
antes da quinta feira
na hora do por do sol
minha musa
tem um jeito
de fernanda takai
do pato fu
não lhe disse que sou poeta
mas ela encontrou meu nome
encravado na carne do azulejo azul
enquanto me embriagava
ouvindo gal cantando um blues
mamãe mamãe não chora
a vida é assim mesmo eu fui embora
Artur Gomes
www.fulinaimagens.blogspot.com
PALPITAÇÃO
Se você ousou, o que mais importa?
O tempo é ontem, quando tudo valeu
ou vale a pena.
Se chorou, não cuide mais.
O sentido do pranto, já está incurso
no corpo do poema.
Se você temeu, então, que seja
pois o alarme do gato, só se elucida
durante o salto.
Nada é tão puro
e nem é tão indiferente
para um coração doído.
Mesmo a ave, que voa livre
traz no peito (e sofre ainda)
aquele gato excluído.
Ricardo
Sant´Anna Reis
DOR ELEGANTE
Um homem com uma dor
É muito mais elegante
Caminha assim de lado
Com se chegando atrasado
Chegasse mais adiante
Carrega o peso da dor
Como se portasse medalhas
Uma coroa, um milhão de dólares
Ou coisa que os valha
Ópios, édens, analgésicos
Não me toquem nesse dor
Ela é tudo o que me sobra
Sofrer vai ser a minha última obra
Paulo Leminski
Verdade Provisória
Jards Macalé e Paulo José cantame e recitam Torquato Neto
https://www.facebook.com/verdadeprovisoria/videos/1459968647638248
PESSOAL INTRANSFERÍVEL
escute, meu chapa: um poeta não se faz com versos. é o risco, é estar sempre a perigo sem medo, é inventar o perigo e estar sempre recriando dificuldades pelo menos maiores, é destruir a linguagem e explodir com ela. nada no bolso e nas mãos. sabendo: perigoso, divino, maravilhoso. poetar é simples, como dois e dois são quatro sei que a vida vale a pena etc. difícil é não correr com os versos debaixo do braço. difícil é não cortar o cabelo quando a barra pesa. difícil, pra quem não é poeta, é não trair a sua poesia, que, pensando bem, não é nada, se você está sempre pronto a temer tudo; menos o ridículo de declamar versinhos sorridentes. e sair por aí, ainda por cima sorridente mestre de cerimônias, "herdeiro" da poesia dos que levaram a coisa até o fim e continuam levando, graças a Deus. e fique sabendo: quem não se arrisca não pode berrar. citação: leve um homem e um boi ao matadouro. o que berrar mais na hora do perigo é o homem, nem que seja o boi. adeusão.
Torquato Neto
Navilouca, revista cultural publicada em 1974, elaborada pelos poetas Torquato Neto e Waly Salomão, influenciada pelo movimento concretista e pelo Tropicalismo. Torquato não chegou a ver seu projeto se concretizar, pois morreu dois anos antes
Mamãe, coragem
Caetano Veloso/Torquato Neto
gravada por Gal Costa no disco Tropicália -
Panis Et Circence - 1968
Mamãe, mamãe não chore
A vida é assim mesmo, eu fui embora
Mamãe, mamãe não chore
Eu nunca mais vou voltar por aí
Mamãe, mamãe não chore
A vida é assim mesmo, eu quero mesmo é isto aqui
Mamãe, mamãe não chore
Pegue uns panos pra lavar, leia um romance
Veja as contas do mercado, pague as prestações
Ser mãe é desdobrar fibra por fibra os corações dos filhos
Seja feliz, seja feliz
Mamãe, mamãe não chore
Eu quero, eu posso, eu quis, eu fiz
Mamãe, seja feliz
Mamãe, mamãe não chore
Não chore nunca mais, não adianta
Eu tenho um beijo preso na garganta
Eu tenho um jeito de quem não se espanta
Braço de ouro vale dez milhões
Eu tenho corações fora do peito
Mamãe, mamãe não chore, não tem jeito
Pegue uns panos pra lavar, leia um romance
Leia Elzira, A Morta, A Virgem, O Grande Industrial
Eu por aqui, vou indo muito bem
De vez em quando brinco carnaval
E vou vivendo assim
Felicidade na cidade que eu plantei pra mim
E que não tem mais fim, não tem mais fim
Não tem mais fim
CÂNTICO PARA ENLOUQUECER CRISTO
Acha, lenha, poética, para queimar.
Acha, diz a mulher da tribo, é um pedaço de madeira que se recolhe ou não para usar no fogo. Poeticamente se diz no feminino, e bem mais bonito. Agora, os homens civilizados padecem desta palavra-só verbo no masculino, inclusive para disfarçar as invasões às tribos indígenas. Acho. Disfarçado de certeza. É a relatividade das tensões entre o sagrado e o profano, pois temos rituais pagãos aqui dentro e o civilizado dos povos das cidades, dos governos, este de agora. Acho no masculino e toda sua vertente violenta: eu acho você. Eu tiro madeira, corto exageradamente para carvão, serrarias. Macho, esta vertente do existir na dúvida? Mentira. Eles são os povos da convicção. Da maldade. O ovo da serpente. As palavras parecem saber de seus desígnios. Machocar - uma derivação do macho. Invadir, perpetrar, violentar. A espécie perpetrada ao invés de perpetuada. Enquanto aqui, as mulheres acham lumes através de lenhas-prenhas. Muitas mulheres fagulham palavras por aqui através da alquimia da palavra bacante, enquanto os homens usam seus bacamartes para contar tiros ao pé da letra, comendo nossas versões sobre os fatos, destruindo os versos das rendeiras das palavras que fazem cortinas para lume descortinar o véu das coisas. Achar um fogo à beira do rio? Parto das cantigas para boi dormir ou melhor desmaio prenhe da certeza.
Fernando Andrade
*
conheça um pouco mais o trio produtor da Balbúrdia Poética 3 -
Artur Gomes
É poeta. ator. produtor cultural e vídeo maker. Em 2023, criou o projeto Campos Veracidade para a Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima onde atualmente atua na coordenação cultural em Campos dos Goytacazes-RJ.
Livros Publicados: Um Instante No Meu Cérebro(1973), Mutações Em Pré-Juízo(1975), Além Da Mesa Posta(1977), Jesus Cristo Cortador de Cana(1979), Boi-Pintadinho(1980-1981), Suor & Cio(1985), Couro Cru & Carne Viva(1987), 20 Poemas Com Gosto de JardiNÓpolis & Uma Canção Com Sabor De Campos(1990), Conkretude Versus ConkrEreções(1994), BraziLírica Pereira : A Traição das Metáforas(2000), SagaraNAens Fulinaímicas(2015), Juras Secretas(2018), Pátria A(r)mada(2019), O Poeta Enquanto Coisa(2020), Pátria A( r)mada, 2ª Edição revista e ampliada(2022), O Homem Com A Flor Na Boca(202).
De 1975 a 2002 coordenou a Oficina de Artes Cênicas da ETFC – CEFET-Campos – no IFF Instituto Federal Fluminense. Em 1993, criou o projeto Mostra Visual de Poesia Brasileira, Mário de Andrade – 100 Anos, realizado pelo SESC-SP. Em 1995, criou o projeto Retalhos Imortais do SerAfim – Oswald de Andrade Nada Sabia de Mim – realizado pelo SESC-SP. De 1996 a 2016, coordenou o Departamento de Audiovisual do Proyecto Sur Brasil – Bento Gonçalves-RS – realizando Mostras Cine.Vídeo na programação do Congressso Brasileiro de Poesia. Em 1999, criou o FestCampos de Poesia Falada, projeto que é realizado até hoje pela Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima. De 2014 a 2016, dirigiu Curso de Artes Cênicas no SESC – Campos. Em 2018 e 2019, o autor lecionou no Curso Livre de Tetro da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima. Em 2018, participou como convidado do I Festival Transepoéticas no Museu Naacional de Brasília-DF. Em 2021, Curador do 1º Festival Cine Vídeo de Poesia Falada que é realizado na página Studio Fulinaíma Produção Audiovisual no Facebook*.
Em 2019 criou o projeto Balbúrdia Poética, com duas edições realizadas na Taberna de Laura, em Copacabana – Rio de Janeiro, com a participação de diversos poetas convidados.
Em 2022, integrou a Mostra Bossa Criativa, Arte de Toda Gente, realizada pela FUNARTE-Rio. Foi também curador da Mostra Cine e Vídeo de Poesia Falada realizada pelo SESC Piracicaba. Realizou 7 edições do projeto Geleia Geral – Semana de 22 – 100 Anos Depois, na Santa Paciência Casa Criativa em Campos dos Goytacazes-RJ. Em 2023 realizou 8 edições do Sarau Multilinguagens no Museu Histórico de Campos, no Teatro de Bolso, no Jardim do Liceu e no Palácio da Cultura em Campos dos Goytacazes-RJ. No momento em parceria com Tchello d`Barros e Luis Turiba prepara a Balbúrdia Poética 3 – Torquato Leminski a + de 80 a ser realizada no dia 24 de Abril no Bar do Ernesto – Lapa – Rio de Janeiro.
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TCHELLO D’BARROS© | BIO RESUMIDA
Tchello d’Barros atua há três décadas nas linguagens artísticas da Literatura, Artes Visuais, Teatro e Audiovisual, no Brasil e Exterior. Nascido em Brunópolis (SC) em 1967, morou em 15 cidades, realizou atividades culturais em todos os Estados do Brasil, deambulou por 20 países, produzindo o conjunto de sua obra a partir de Blumenau, Maceió, Belém e Rio de Janeiro, onde está radicado desde 2013. Atua profissionalmente com produção cultural, roteiros p/ audiovisual e curadorias/editorias independentes, ministrando também palestras e oficinas literárias em eventos e instituições culturais. Passou por diversas universidades estudando Literatura, Artes Visuais, Teatro e Cinema, graduando-se em Comunicação Social na UFRJ, onde atualmente cursa Mestrado. Publicou os livros: “Palavrório” (1996), “Olho Nu” (1996), “Letramorfose” (1998), “Olho Zen” (2000), “Afloramor” (2003), “Cordelaria Tchellópolis” (2008), “Convergências” (2015), “Interlocutórios” (2016), “Cataclísmica (2018/2024) e “Estesias Crônicas” (2024), disponíveis tb nas plataformas digitais. Seus contos, crônicas, artigos, ensaios e poemas também estão publicados em mais de 100 coletâneas, antologias e livros didáticos, além de veicular seus escritos regularmente em diversos meios impressos e virtuais. Tem itinerado com a mostra Convergências, uma retrospectiva de suas criações em Poesia Visual, projeto que inclui palestra, oficina, livro, vídeo, curadorias e debates. Fundou na internet o The Virtual Museum of Visual Poetry, maior comunidade mundial em torno da Poesia Visual. Autografou seus livros em edições das Bienais do Livro de São Paulo e Rio, participando das principais feiras do livro do Brasil; Suas obras visuais já integraram mais de 200 exposições pelo Brasil e em diversos países, como no Centre d’Art Contemporain (Suíça), no Museo Sperimentale d’Arte Contemporanea (Itália) ou no anuário de artes Maintenant (EUA). Suas criações visuais, textuais e cinemáticas já foram expostas/publicadas/exibidas em Argentina, Chile, Colômbia, Venezuela, México, USA, Portugal, Espanha, França, Itália, Alemanha, Inglaterra, Suíça, Hungria, República Tcheca, Índia, Turquia, Dubai e Uruguai. Integrou o Colegiado Setorial de Artes Visuais (2004-2010 Minc/Funarte) na formulação do Plano Nacional de Cultura – PNC. Participou em variadas funções em mais de 50 produções em Cinema/Audiovisual. Realizou diversas curadorias em instituições como Museu da República, CCBB-Rio, Funarte e eventos nacionais como o Fórum Brasileiro de Literatura (SC), Congresso Brasileiro de Poesia (RS), Encuentro Internacional de Escritura Migrante I-Poem@ (MG) e outros em vários países latino-americanos. O conjunto de sua obra vem amealhando dezenas de resenhas críticas, além de estudada academicamente, seja com citação em artigos ou objeto de pesquisa, como na dissertação “Three Visual Poems”, por M. Duerksen (Stetson University/EUA) e tema do pós-doutoramento “Tchello d’Barros Olhos de Lince – Poesia Visual em Perspectiva”, por R. Barcellos, (UFRJ). A produtora de audiovisual Cinsete realizou o documentário “Tchello Plural”, sobre seus 30 anos de atividades artísticas. Entre as distinções, premiações e certificações recebidas, destacam-se: Troféu Gigantes (SC); Prêmio Espia 2007/2008/2009 (AL); Prêmio Mérito Literário/ICEN (PA); Outorga Chanceler Cultural - ASBAERJ (RJ); Prêmio Expoente da Cultura Nacional - Mov. União Cultural (SP); Troféu Polem Poeta do Ano (RJ); Homenageado no projeto CiênciaCult (RJ); Medalha e diploma de honra ao mérito Brazilian Peace, Literature, Sustaintability and Arts - Associação Internacional de Poetas (MS); Artista homenagrado no Sarau Fio Multicultural; Ordem do Mérito Cultural Personalidade Cultural das Letras e Artes – ACLAPTCTC (ES); Medalha de Personalidade Cultural pela ABLAP; Outorga Personalidades em Destaque – ANBA (RJ); Autor nacional homenageado no 36º Psiu Poético (MG); Poeta homenageado no projeto Gente de Palavra (SP); Homenagem da AIP/SC; Homenagem Amigos da Cultura/Sec. Cult. de Blumenau (SC); Moção de Aplauso do Instituto Florescer e Câmara Municipal de Niterói; Troféu Arte em Movimento, entre outros.
(photo by Vanessa Angelo)
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Luis Turiba vem do fermento poético-cultural que formou no Brasil a partir de 1968.
A barra pesou e nossa geração respondeu com pedras, tiros, poemas ao som de canções tropicalistas e filmes de Glauber Rocha.
Luis Turiba vem dessa juventude que foi as ruas e inventou um novo tipo de fazer Poesia.
Até que fundou a revista Bric a Brac em Brasília junto com Antonio Risério, João Borges, Lucia Leão, Resa e Augusto de Campos. Na virada do século voltou a ocupar seu lugar entre os poetas de sua geração no Rio, publicando tres livros pelo 7 Letras.
Agora, escreve ha mais de ano o livro autobiográfico “Viva Zé Pereira - Aventuras e Desventuras de uma geração, planejado para sair em 2025.
Luis Turiba trabalhou com Gilberto Gil por 4 anos na re-fundação do Ministério da Cultura cujo programa principal foram os “Pontos de Cultura” implantados no Brasil por intermédio da política fo Don In Antropológico.
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quem são nossos parceiros na Balbúrdia
Ator, poeta , diretor de teatro, cineasta, jornalista e
antropólogo. Foi consultor do Ministério da Cultura -MINC (2004/2006),
Coordenador de Projetos Especiais da Secretaria de Direitos Humanos do Estado
do Rio de Janeiro (2007/2008), Presidente do Conselho de Cultura de Niterói
(2010/2013), Secretário de Cultura de Maricá
(2009 e 2020/2023), atualmente é diretor de Economia Criativa da Cia de
Desenvolvimento de Maricá -- CODEMAR. Coordenador do Núcleo Artístico e
Cultural da FACHA-NAC, Coordenador do curso de Pós-Graduação em Gestão e
Produção Cultural. Formado em Comunicação Social pela FACHA, Ciências Sociais
pela UFF, Pós-Graduado em Comunicação e Cultura - UFRJ, Mestrado em Ciência da
Arte -UFF, doutorado em Teatro e Sociedade-Aspectos da Cena, Università di
Roma-La Sapienza, publicou vários ensaios/artigos, sete livros de poesias,
participou de 13 filmes e encenou mais 70 peças/performances de teatro ao longo
da carreira. Professor visitante do Curso de Pós-Graduação em Pefagogia Social
da UFF e no Institut d'études Ibériques et Latino-américaines-Sorbonne-Paris
IV.
Karla
Julia Dallale é carioca, escritora, poeta formada em Direito
pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) , professora de Língua e
Civilização Francesa (Universidade Santa Úrsula e Universidade de Nanci
II-França) e tradutora de língua francesa (Santa Úrsula) Livros publicados:
Alma Nua. Rio de Janeiro: Editora Personal, 2012, 2°edição-Recantos – dos versos
íntimos. Rio de Janeiro: Editora Parthenon, 2019, Via Crucis. São Paulo.
Editora Penalux. 2022, No meu fim está o meu começo- Encontros com uma Rainha.
São Paulo: Editora Penalux- 20222 Foi laureada com o primeiro lugar no Concurso
de Ensaios do PEN Clube do Brasil : “ Liberdade de Expressão e o Livre Trânsito
das Ideias do Escritor”. Recebeu também o primeiro lugar no “Concorso Literario
Isabela di Morra, colaboração Brasil Itália sobre a poeta Isabella di Morra.
Neste ano, recebeu o prêmio da Associação Profissional de Poetas do Rio de
Janeiro pelo conjunto da obra: Prosa e Poesia. Seu livro, RECANTOS – dos versos
íntimos. Prêmio de melhor livro de poemas de 2019 d a União Brasileira dos
Escritores (UBE -RJ) e do POLEM em 2020. Em 2022, seu romance histórico No meu
fim está o meu começo – Encontros com uma Rainha”- em coautoria com Paula
Gonzaga de Sá, Menção Honrosa na categoria romance no Concurso Internacional da
União Brasileira dos Escritores.
CARMEN
MORENO
Poeta, romancista e contista carioca, bacharel em Artes
Cênicas e licenciada em
Educação Artística (UNIRIO), lecionou na área de sua
formação para a
Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. Carmen é
membro do PEN
Clube do Brasil.
PUBLICOU: Diário de Luas (romance); Sutilezas do Grito
(contos); O
Primeiro Crime (romance policial), todos pela Rocco. O
Estranho (contos),
FiveStar, e Casa Insana (romance policial), e-book, Amazon.
Em poesia: De
Cama e Cortes, UERJ; Loja de Amores Usados, Multifoco; Para
Fabricar
Asas, Ibis Libris, e Sobre o Amor e Outras Traições, Patuá,
recentemente
agraciado com o “Prêmio Literário Internacional UBE- RJ,
Marcus Vinicius
Quiroga”.
Integra mais de 60 coletâneas e revistas, com poemas
publicados em Cuba,
Argentina e Portugal, entre as quais: Antologia da Nova
Poesia Brasileira,
Olga Savary (Org.); Mais 30 Mulheres que Estão Fazendo a
Nova Literatura
Brasileira (contos), Luiz Ruffato (Org.); As Mulheres Poetas
na Literatura
Brasileira, Rubens Jardim (Org.) e Todos os Saramagos
(contos), Leida Reis
e Myrian Naves (Org.).
Seu conto Dora foi adaptado para o cinema, e participou do
Festival
Internacional de Gramado 2009, como média-metragem convidado
para finalizar
a Mostra de Curtas Gaúchos. Desde 1982, participa de saraus,
bienais,
congressos e eventos literários em diversos espaços
culturais do País.
Recebeu, entre outros, o “Prêmio Casa da América Latina:
Concurso de Contos
Guimarães Rosa”, Rádio França Internacional/Paris; “Bolsa de
Incentivo ao
Escritor Brasileiro” (poesia), MINC/ Biblioteca Nacional e
“Prêmio de
Desenvolvimento de Roteiros Cinematográficos”
(MINC/Secretaria do
Audiovisual).
Sua obra é citada em diversos estudos acadêmicos, e foi
analisada no livro
Quem Conta um Conto – Estudos sobre Contistas Brasileiras
Estreantes
nos anos 90 e 2000, Helena Parente Cunha (Org.). Seu romance
Diário de
Luas foi tema da dissertação de Mestrado de Lilian Gonçalves
de Andrade:
Diário de Luas: um Künstlerroman no universo literário de
Carmen Moreno, pela
Fundação Universidade Federal do Rio Grande - FURG/ RS.