a pedra na carne
a carne na pedra
nem tudo o que me fere
fedra
TORTURA
Levanta-se
o véu e rasga-se a túnica
Os corvos ainda bicam o que restou de ti
Uma dor cicuta que espiral perdura
….tortura…
O teu
silêncio cobrado em preço físico
O teu algoz agora também teu karma
Tua voz teu suspiro e teu fantasma
Quem
içou o dia e eternizou o cinza
Um Deus raivoso fez habitat às sombras
Tiras o capuz e o que vês? Abismos…
Jagunços
a conspirar em cadafalsos
_ Ora Senhor! Não se trata bandidos a bombons!
_ Meus Deus! Meu Deus! Será que vou calabar?
Nunca serás mais o que
antes eras
Se o corpo resistiu, o espírito tem chagas
Marcado como gado a ilusão tritura
…..tortura…….
para o livro Balbúrdia Poética
livro e manifesto - leia mais no blog
tem dias moro
no coração da palavra
noutros dá vontade
de lhe cortar os pulsos
tem dias basta um impulso
pra aconchegar o poema
noutros só pena
tem dias
alegria encharca a alma
noutros nada dá direito
tem dias
grito explode na garganta
noutros silêncio de criança
tem dias
uma dor absurda
o desejo mudo
de desaparecer
tem dias a loucura
de falar aos borbotões
noutros nada dizer
tem dias
amor sacode o peito
quase tudo dá jeito
Dinovaldo Gillioli
convidei alguns amigos, que já tenham lido pelo menos um livro meu para me fazerem duas perguntas sobre o livro Vampiro Goytacá Canibal Tupiniquim, que pretendo lançar em 2025. As perguntas estão chegando cada uma mais instigante e criativa que a outra. O texto que surgir desses diálogos será publicado como prefácio.
Artur Gomes
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https://fulinaimacentrodearte.blogspot.com/
LINGUAGEM
eis o
amor
flor
enjaulada
pedra
em sua textura
forjada
palavra
cítrica
que
lodo
em
enganos se expira
sede
de sal
em
suas linhas
rio
sem peixes
em seu
escamoso
enfeite
folha
da folha
que
dos ramos
se
descola
e
enredo
se faz
pluma
peso e
avesso
mais
que água
poço
mais
que poço
fundo
mais
que fundo
frio
mais
que frio
medo
eis o
amor
tiro
que cala
e
sintaxe
mata
ao que dispara
mais
pássaro que voo
mais
telhado que teto
mais
rede que sombra
mais
crinas que cavalos
mais
galos que auroras
mais
fome que romãs
mais
pomar que amoras
eis o
amor
íntimo
áspero
devoto
missa
de remorsos
ressoa
em sua
solidão
de ossos
Tanussi Cardoso
de Exercício do Olhar, Editora Fivestar, 2006
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O Teatro Municipal Trianon celebra, nesta quarta-feira (31), seu 26° aniversário de inauguração e, para marcar a passagem da data, a Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL), realizará, às 19h, no espaço do foyer, uma programação com intervenções artísticas variadas. O evento terá entrada franca.
A arte e o seu templo
“e fosse o poema a dança oculta de uma fala por baixo do silêncio, acima dos murmúrios de um pássaro a voar além do que traduzo”.
Igor Fagundes
In Pensamento Dança – tese de doutorado em Letras (UFRJ)
*
A arte expressa através do tempo
a história universal da humanidade
a veracidade, em cada pensamento
do homem e sua hora
a arte não implora
a arte dança
pinta
encena
escreve filma
foto.grafa
fala
a arte não cala
explora invoca provoca
insiste resiste
clareia o templo escuro
arma/dura do humano
pra tatear o seu presente
tentar prever o seu futuro
enquanto escrevo
o pensamento dança
cada palavra voa
nesse corpo nem um pouco santo
o riso pode vir do pranto
a lágrima pode descer do riso
na dupla face que carrego
todo sentimento vem comigo
hoje nesse palco Trianon
em seus 26 anos de memórias
nesse poema falo fotografo
danço escrevo quanto de bom
tem nessa história
metáforas em suas nuances
retrato em uma folha
a sua mais perfeita linha
a arte de suas performances
eu te desejo flores lírios brancos
margaridas girassóis rosas vermelhas
e tudo quanto pétala
asas estrelas borboletas
alecrim bem-me-quer e alfazema
eu te desejo emblema
deste poema desvairado
com teu cheiro teu perfume
teu sabor teu suor tua doçura
e na mais santa loucura
declarar-te amor até os ossos
eu te desejo e posso :
palavrArte até a morte
enquanto a vida nos procura
Artur Gomes
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