Tourn´âge d´or
tourn´âge d´or
semi-clarão de spots
luz no centro do
círculo
luz pálida
mortiça
média-luz
vaga-lume
luz no acanhado
queijo
surge seu circo esquálido
seu
espaço-obsceno
tourn´âge d´or de doris
pleno palco-proscênio
e nada fitas, nada
fitas a se enroscarem
em pernas tornozelos
sandálias-serpentes
coxas, coxas acima
do fiapo ventral
té os peitos em pé
faróis teus
seios doris
day by night faróis
e curvas mas que
curvas
fitas o nada, doris
night no espelho em frente
e não vês e não
vês
a si mesma num
jeté
jogado em
pirouette
curva-se de cintura
em seu cambré capenga
changement de
narcisa
só as pernas esplêndidas
soltas no cabaré
tourn´âge d´or a
vida
doris a vida em volta
Boate Sayonara/Juiz de Fora, 2000
*
deo gratias
‘’’’’’’’’’ a cada dia
gratias
pela precipitada
oclusão
das coronárias
gratias
deo gratias
pela sangrenta liturgia da alvorada
por essa rara obrigação
de recomeço
gratias
pelo trôpego pulsar de tropeços
deo gratias
pelo não de nadas
o mundo de areia
e veredas de veias avariadas
gratias
gratias
deo
deo
deo
gratias
jucundas e diárias
pelas caminhadas
em meio ao mar de bundas várias
Ronaldo Werneck
Vampiro Goytacá
eu tenho muito mais que 25 mil palavras
sem perguntas mais que 25 mil perguntas sem respostas eu tenho um presente às
minhas custas um passado às minhas costas um futuro à minha frente muito mais
que um instante no meu cérebro as mutações em pré-juízo judas o resto da cruz
jesus cristo cortador de cana boi-pintadinho muito mais que além da mesa posta
Artur Gomes
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meus caninos
já foram místicos
simbolistas
sócio políticos
sensuais eróticos
mordendo alguma
história
agora estão famintos
cravados na memória
Artur Gomes
O Homem Com A Flor Na
Boca
Editora Penalux –
2023
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a traição das metáforas
para juliana
stefani
dandara ainda mora naquela
beira de estrada com seu vestido amarelo no rio grande do sul mesmo
que não esteja ainda a vejo atravessando a calçada saindo do carro azul abrindo
o portão da casa de 7 portas douradas com mil garrafas de vinho
psicografadas na sala por algum poeta dos pampas que escreveu por aquelas
rampas o que testemunhou nos vinhedos quando italianos chegaram nas serras dos
meus segredos
Artur Gomes
CarNAvalha Gumes
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as vezes me pergunto
as vezes me esclareço
a vida só tem fim
se tem começo
as vezes me confundo
as vezes me aborreço
no paralelepípedo
me tropeço
por não ter outro endereço
Artur Gomes
O Poeta Enquanto Coisa
Editora Penalux – 2020
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Navegar é preciso
para
Fernando Aguiar
Aqui redes em pânico
pescam esqueletos no mar
esquadras descobrimento
espinhas de peixe convento
cabrálias esperas relento
escamas
secas no prato
e um cheiro podre no AR
caranguejos explodem
mangues em pólvora
é surreal a nossa realidade
tubarões famintos devoram
cadáveres
em nossa sala de jantar
como levar o barco
em meio a essa tempestade
navegar é preciso
mas está dificilíssimo
navegar
Artur Gomes
Pátria A(r)mada
Desconcertos Editora – 2022
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não fosse essa jura secreta
mesmo se fosse e eu não falasse
com esse punhal de prata
o sal sob o teu vestido
o sangue no fluxo sagrado
sem nenhum segredo
esse relógio apontado pra lua
não fosse essa jura secreta
mesmo se fosse eu não dissesse
essa ostra no mar das tuas pernas
como um conto do Marquês de Sade
no silêncio logo depois do susto
Artur Gomes
Juras Secretas
Editora Penalux -2018
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*
com ossos à venda em bandejas
come
osso menina come osso menino
não
há mais metafísica no mundo
do
que comer osso
no
açougue ou no mercado
osso
de graça já foi dado
hoje
é vendido hoje é comprado
come
osso maria come osso mané
come
osso joão com arroz e feijão quebrado
porque
nesse país sem nome temos que comer osso
para matar a nossa fome
já podeis
da pátria, filho
ver demente
a mãe gentil
já raiou a liberdade
em cada cano de fuzil
salve lindo
fuzil que balança
entre as pernas
a(r)madas da paz
a
gripezinha
era a certeza esperança
de um genocida
imbecil incapaz
A vida
sempre em
suspense
alegria prova dos nove
fanatismo nã0 me convence
muito menos me comove
Navegar é
preciso
para
Fernando Aguiar
Aqui redes em pânico
pescam esqueletos no mar
esquadras descobrimento
espinhas de peixe convento
cabrálias esperas
relento
escamas secas no prato
e um cheiro podre
no AR
caranguejos explodem
mangues em pólvora
é surreal a nossa realidade
tubarões famintos devoram cadáveres
em nossa sala de jantar
como levar o barco
em meio a essa tempestade
navegar é preciso
mas está dificilíssimo navegar
Deus não joga dados
mas a gente lança
sem nem mesmo saber
se alcança
o número que se quer
mas como me disse mallarmè
:
- vida não é lance de dedos
A vida é lança de dardos
Deus não arde no fogo
mas
eu ardo
poema a(r)mado
todo os dias
capino a esperança
escavando outras palavras
no chão desse quintal
e quando escrevo com enxada
o
poema é mais real
cacomanga
na roça desde cedo comecei a escavar
palavras e separar uma das outras de acordo com o seu significado dar farelo de
milho para os porcos e olhadura de cana para o gado aprendi que no terreiro não
dependo de mercado e para que urbanidade se a cidade não tem paz com a enxada
capinei a liberdade e descobri que ditadura é uma palavra que não cabe nunca mais
quando escrevo e eu mesmo não entendo o significado de uma
determinada metáfora lanço a maldita no vento invento outra e vou ao centro do
universo e xingo teu nome: garrutio lamparão de bico kabrunco de poema que não me dá sossego
Federika
Lispector
testamento
a tesoura rasga o tecido da carne
enquanto sangra
no processo cirúrgico do poema
corta de cada palavra a sílaba
que não presta
de cada frase a palavra
de cada sílaba a letra morfa
e o poeta vai vivendo no que resta
fulinaíma sax blues poesia
ela era Bruna
em noite
de blues rasgado
soltou a
voz feito Joplin
num canto
desesperado
por ser
primeiro de abril
aquele dia
marcado
a voz
rasgou a garganta
da santa
loucura santa
com tanta
força no canto
que até
hoje me lembro
daquela
musa na sala
com tua
boca do inferno
beijando
meus dentes na fala
No universo paralelo
Tenho mestrado Bíblico
Em chá de cogumelo
Federico Baudelaire
Pássaros Elétricos
Vivem a vida por um fio
Federika Bezerra
Dê livros
Dê
Beijos
Dê
Lírios
Gigi Mocidade
pan(demônica)
passeio os pés descalços sobre covas rasas
contando ossos no poema exposto
no sujeito do objeto
tudo isso exposto nesse papo reto
segue o passo norte
não leio cartas de suicídio
nem decreto de hospício
na tentação que me conforte
quero matar o genocídio
pra não morrer
antes da morte
metáfora
meta
dentro meta fora
que a meta desse trem agora
é seta nesse tempo duro
meta palavra reta
para abrir qualquer trincheira
na carne seca do futuro
meta dentro dessa meta
a chama da lamparina
com facho de fogo na retina
pra clarear o fosso escuro
Couro Cru & Carne Viva
terra de santa cruz
I
ao batizarem-te
deram-te o nome:
posto que a tua profissão
é abrir-te em camas
dar-te em ferro
ouro
prata
rios
peixes
minas
mata
deixar que os abutres
devorem-te na carne
o derradeiro verme
II
salgado mar de fezes
batendo nas muralhas
do meu sangue confidente
quem botou o branco
na bandeira de alfenas
na certa se esqueceu
das orações dos penitentes
e da corda que estraçalha
com os culhões de Tiradentes
III
salve lindo pendão que balança
entre as pernas abertas da paz
tua nobre sifilítica herança
dos rendez-vous de impérios atrás
IV
meu coração
é tão hipócrita que não janta
e mais imbecil que ainda canta:
ou
viram
no Ipiranga
às margens plácidas
uma bandeira arriada
num país que não levanta
V
só desfraldando
a bandeira tropicalha
é que a gente avacalha
com as chaves dos mistérios
dessa terra tão servil
tirania sacanagem safadeza
tudo rima uma beleza
com a pátria mãe que nos pariu
1º de Abril
VI
o poeta estraçalha a bandeira
raia o sol marginal quarta feira
na Geléia Geral brasileira
o céu de abril não é de anil
nem general é my Brazyl
minha
verde/amarela esperança
Portugal já vendeu para França
e coração latino balança
entre o mar do dólar do norte
e o chão dos cruzeiros do sul
VII
o poeta esfrangalha a bandeira
raia o sol marginal sexta feira
nesta porra estrangeira e azul
que há muito índio dizia:
meu coração marçal tupã
sangra tupy & rock and roll
meu sangue tupiniquim
em corpo tupinambá
samba jongo maculelê
maracatu boi bumbá
a veia de curumim
é coca cola & guaraná
VIII
o sangue rola no parque
o sonho ralo no tanque
nada a ver com tipo dark
e muito menos com punk
meu vício letal é baiafro
com ódio mortal de yank
IX
ó baby a coisa por aqui não mudou nada
embora sejam outras siglas no emblema
espada continua a ser espada
poema continua a ser poema
BraZílica
Pereira
neste país de fogo & palha
se falta lenha na fornalha
uma mordaz língua não falha
cospe grosso na panela
da imperial tropicanalha
não metam nestes planos
verdes/amarelos
meus dentes vãos/armados
nem foices nem martelos
meus dentes encarnados
alvos brancos belos
já estão desenganados
desta
sopa de farelos
GENITAL
pasto no cosmo a soja secular de Jardinópolis
onde os discos-voadores sobrevoam meu nariz
na
cara das metrópoles.
no centro ao sul os cemitérios
possuem mais mistérios
que a nossa vã filosofia.
tem um animal de vagina espacial
na poesia & e um grande pênis roxo
milenar feito espiral em círculo
preparando imenso orgasmo
pra festejar o fim do século.
PESSOA
não tenho pretensões
de ser moderno
nem escrevo poesia
pensando em ser eterno.
veja na minha língua
as labaredas do inferno
e só use o meu poema
com a força de quem xinga.
GIRAssóis pousando
Nu – teu corpo: festa
beija-flor seresta
poesia fosse
esse sol que emana no teu fogo farto
lambuzando a uva de
saliva doce.
LENÇÓIS
DE RENDA
poderia abrir teu corpo com os meus dentes
rasgar panos e sedas
com as unhas arreganhar as tuas fendas
desatar todos os nós
da tua cama arrancar os cobertores
rasgando as rendas dos lençóis
perpetuar a ferro e fogo
minhas marcas no teu útero
meus desejos imorais
maldizendo a hora soberana
com a força sobre humana dos mortais
quando vens me oferecer migalha e fruto
como quem dá de comer aos animais
ALUCINAÇÕES
(IN)TERPOÉTICAS
O QUE é que mora em tua boca bia? um deus. um anjo. ou muitos
dentes claros como os olhos do diabo e uma estrela como guia?
O QUE é que arde em tua boca bia? azeite sal pimenta e alho résteas
de cebola um cheiro azedo de cozinha tua boca é como a minha?
O QUE é que pulsa em tua boca bia? mar de eternas ondas que
covardes não navegam, rios de águas sujas onde os peixes se apagam.
ou um fogo cada vez mais Dante como este em minha boca de
poeta delirante nesta noite cada vez
mais dia em que acendo os meus infernos em tua boca bia?
LUNÁTICA
um gato noturno atira pedras nas estrelas
palavras e mais palavras na carne da princesa.
onde o papel não bate onde
o pincel não toca.
o gato noturno lambe a barriga
bem perto da virilha e trepa
no muro mais próximo
tentando alcançar o outro lado da lua
em seu instante letal
de desespero
e solidão.
FROYDIANA
azul são os
teus olhos
a cor dos pelos não conheço
teus seios ainda não
toquei
Dracena – é uma terra roxa
nave extra terrena
que humanos não decifraram
pequena vagina virgem
onde os dedos ainda não entraram
e os cachos de uvas apodrecem nos teus dentes
com um cheiro de leite ardente esguichando na distância.
pátria a(r)mada
só me queira assim
caçado
mestiço vadio latino
leão feroz cão
danado
perturbando o seu
destino
e só me queira
encapetado
profanando aqueles
hinos
malandro moleque
safado
depravando os seus
meninos
só me queira
enfeitiçado
veloz macio felino
em pelo nu depravado
em sua cama sol à
pino
e só me queira
desalmado
cão algoz e
assassino
duplamente descarado
quando escrevo e não
assino
alguma poesia
não bastaria a poesia deste
bonde
que despenca lua nos meus cílios
num trapézio de pingentes onde a lapa
carregada de pivetes nos seus arcos
ferindo a fria noite como um tapa
vai fazendo amor por entre os trilhos.
não bastaria a poesia cristalina
se rasgando o corpo estão muitas meninas
tentando a sorte em cada porta de metrô
e nós poetas desvendando palavrinhas
vamos dançando uma vertigem
no tal circo voador.
não bastaria todo riso pelas praças
nem o amor que os pombos tecem pelos milhos
com os pardais despedaçando nas vidraças
e as mulheres cuidando dos seus filhos
não bastaria delirar Copacabana
e esta coisa de sal que não me engana
a lua na carne navalhando um charme gay
e um cheiro de fêmea no ar devorador
aparentando realismo hipermoderno
num corpo de anjo que não foi meu deus quem fez
esse gosto de coisa do inferno
como provar do amor no posto seis
numa cósmica e profana poesia
entre as pedras e o mar do Arpoador
mistura de feitiço e fantasia
em altas ondas de mistérios que são vossos
não bastaria toda poesia
que eu trago em minha alma um tanto
porca,
este postal com uma imagem meio
Lorca:
um bondinho aterrissando lá na Urca
e esta cidade deitando água em meus destroços
pois se o cristo redentor deixasse a pedra
na certa nunca mais rezaria padre-nossos
e na certa só faria poesia com os meus
ossos.
Suor & Cio
Indigesta
ê fome negra incessante
febre voraz gigante
ê terra de tanta cruz
onde se deu 1ª missa
índio rima com carniça
no pasto pros urubus
oh! My Brazyl
ainda em alto mar
Cabral quando te viu foi logo gritando:
- Terra à
Vista!
e de
bandeja te entregando
pra
união democrática ruralista
por aqui nem só beleza nesses dias de
paupéria
nação de tanta riqueza país de
tanta miséria
Tecidos
sobre a Terra
Terra,
antes que alguém morra escrevo prevendo a morte arriscando a vida antes que seja tarde e que a língua da minha boca não cubra mais tua ferida
entre aberto em teus ofícios é que meu peito de poeta sangra ao corte das navalhas e minha veia mais aberta é mais um rio que se espalha
amada de muitos sonhos e pouco sexo deposito a minha boca no teu cio e uma semente fértil nos teus seios como um rio
o que me dói é ver-te devorada por estranhos olhos e deter impulsos por fidelidade
ó terra incestuosa de prazer e gestos não me prendo ao laço dos teus comandantes só me enterro à fundo nos teus vagabundos com um prazer de fera e um punhal diamante
minha terra é de senzalas tantas enterra em ti milhões de outras esperanças soterra em teus grilhões a voz que tenta – avança plantada em ti como canavial que a foice corta mas cravado em ti me ponho a luta mesmo sabendo – o vão estreito em cada porta
MOENDA
Usina
mói a cana
o caldo e o bagaço
Usina mói
o braço
a carne o osso
Usina
mói o sangue
a fruta e o caroço
tritura suga torce
dos pés até o pescoço
e do alto da casa grande
os donos do engenho controlam
:
o saldo e o lucro
o preço
atual
proíbes
que me comas
mas pra
ti estou de graça
pra ti
não tenho preço
sou eu
quem me ofereço
a ti:
músculo e osso
leva-me à boca
e
completa o teu almoço
A Traição das Metáforas
1968
ou
: a investigação
uilcorneana
quem és tu Uilcon Pereira
que foste fazer na Sorbonne?
ter aulas com Sartre
ou cantar a Simone?
drummundana
itabirina
fedra margarida a resolvida desfilava pela última vez portando
falo. Decidira decepar o pênis e desnudar de vez a sua outra mulher.
braziLírica amanheceu incrédula: manchetes, vozerios, falatórios, assembleias, faixas,
cartazes. por todas as vias, multivias, multimeios, os ofendidos habitantes
brazilíricos inconformados com a fedra passearam em plebiscito vociferando Não
ao Sim.
E margarida flor impávida lá se foi beira-mar olhando estrelas
no cruzeiro. Mas César que não é Castro continuou a pigmentar seu mastro na
outra parte da tela, e um dia fedra sorrindo, com o pênis/baton da louca, foi
ao boca de luar da fedra e voltou com o luar na boca.
poema 1
entre a pele e a flor no asco com meia sola no
sapato o meu vapor mais que barato industrial e infonáutico entre o couro de
zinco e o cabelo mar de indecifrável plástico por entre o bronze dos teus pelos
entre o gozar cibernético em todo sangue magnético a minha carne pós poeira entre a flor
e o vaso de barro na homepage ou no carro na camisinha de vênus vírus H
corroendo em vita/plus ou na sala meu olho gótico TVendo BraziLírica lâmpada
fala por um tanto ou tanto quase cento e dez em cada fase não sendo assim acaba
sendo
poema
2
debaixo da sacada a escada torta pássaro sem teto
acima do delírio coração de porco crava no oco da noite a faca cega, punhal de
cinco estrelas na constelação do cão maior por onde Úrsula nua passeia Dédala
de Dandi Deusa de Dali lua de Dadá no coração do pintor sem fronteiras acima do
pé de abóbora embaixo do pé de cajá Malásia não é aqui Espanha não além mar Salvador
não é Dali a mulher que eu quero mesmo é uma Dedé que não Dadá Bia de Dante do
inferno Itamarati/Itamaracá constelação ursa maior pra Dadá meu coração pra Dedé
não sou cantor quando quero quero mesmo espuma nylon pele tecido isopor.
poundianna
Torquato era uma poeta que amou a Ana Leminski
profeta Que amou Alice um dia pós veio Uilcon torto pegou a Jóia di Ana juntou
na PereirAlice com o corpo de alma das duas foi Bouvoir Assombradado pra lá de França
ou Bahia roendo o osso do mito pois tudo que Sartre dizia o Anjo jurou já ter
dito
Nonada
:
- Biúte ria
poema
seis
estando quase
sempre e mesmo
estando
esteja breve
assim
como uma letra
escrita a lápis
numa estrela
aquarela rabiscada a giz
estando por um raio
esteja por um triz