quarta-feira, 11 de setembro de 2024

entre vírgulas - Nic Cardeal

mitologia serafínica

 

irina estava vestida de beatriz primeira posava para mais um clássico do surrealismo de magrite no quarto preparava a cama para a chegada de wermer a alta temperatura do verão de sorocaba alterou a  visão pictórica do pintor da menina dos brincos de pérola que no jardim enfiava o pincel por entre a espessa barba esperando a primavera lady gumes apressada como sempre se aproveitou da cama e vive uma calorosa noite de amor sem mesmo querer saber quem era a serafina debaixo dos lençóis maranhenses

 

Pastor de Andrade

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ENTRE VÍRGULAS

No intervalo entre duas vírgulas
um suspiro de reticências
não quero o ponto final
pois o final
é só o começo
de mais uma interrogação:
nós vivemos entre parênteses
ou somos meros personagens
desta voz maior
que ecoa entre aspas?

(Nic Cardeal, 11/09/2016 - poema do livro 'Sede de céu', Penalux/2019, p. 108)

(📸 imagem do Pinterest)


segunda-feira, 9 de setembro de 2024

mitologia fulinaimânica

mitologia sagarânica

 

salvador alisa os bigodes de dali macabea ensandecida morre ali mesmo em sucupira no presídio federal de brazilírica porcina mete a língua na faca de lorca as unhas sujas de irina cortam morangos mofados na fruteira enquanto odorico ordena zeca diabo a organizar o enterro das camélias  diadorim sopra o cano da garrucha  pendurada em seu olho esquerdo sagarânica em polvorosa comemora mais uma noite de são joão

 

EuGênio Mallarmè

In Itabapoana Pedra Pássaro Poema

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mitologia fulinaimânica

 

explicitamente picasso nunca nos disse guernica o que signi-fica o  corpo do fonema aliterações alisam a orelha de van gog fartura farta fogo farra festa federico baudelaire tocando fado pras fadinhas de vênus falarem com a  fênix do farol de alexandria enquanto freud nem fode nem explica o que aconteceu na sexta feira no luau das laranjeiras depois que federika furtou a farinha do desejo de toda família do império das bananas no largo do machado infeliz  das oliveiras

 

Irina Serafina

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sábado, 7 de setembro de 2024

Artur Fuilinaíma - o outro


serAfim 7 -          artur fulinaíma o outro

se o amor fosse apenas desejo quantos beijos neste dia roubaria do teu corpo por inteiro se a paixão fosse primeiro quantas horas passaria no teu corpo noite e dia de janeiro a janeiro  se nada disso resolvesse fome sede fogo febre mergulharia em ondas novas todo mês de fevereiro 

 

Vampiro Goytacá Canibal Tupiniquim

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laranja cósmica

em são francisco de itabapoana não tem laranja cravo poukan ou mexerica como meus intestinos não vivem  mais sem bagaço de laranja estou importando laranja do cosmo com minha astronômica luneta descobri fartura de laranjas em marte vênus plutão e o irônico é que em são francisco do itabapoana só tem laranjas nos telhados não tem laranjas no chão

 

Federico Baudelaire

Itabapoana Pedra Pássaro Poema

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quinta-feira, 5 de setembro de 2024

federico baudelaire - o mestre sala dos mares

serAfim 3 -        federico baudelaire o mestre sala dos mares 


meu abraço pra brasilha a minha ilha de creta  a catedral dos desamores essa estranha cidade secreta onde  o fascismo e seus louvores um belo dia se instalou vai ser preciso muito amor vai ser preciso muito sexo vai ser preciso muita luta chutar o balde convidar as putas para cantar em alvoradas muitas vezes no congresso muitas vezes na papuda quem sabe um dia a coisa muda quem sabe um dia essa pátria se desnuda e se solte  então dessa corrente com as mãos  jorrando   outras sementes no carnaval de salvador

 

Vampiro Goytacá Canibal Tupiniquim

Lançamento previsto para 2025

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quarta-feira, 4 de setembro de 2024

pátria que me pariu

pátria que me pariu

para Rubens Jardim

 

os dentes das pedras

mordem a língua

dos meus dias obscuros

 

esse país teve passado

         não tem presente

         nem tem futuro

 

peixe é bicho inteligente

foge do óleo criminoso

               derramado

nos mares do nordeste

- eita peixe cabra da peste! 

 

nem sei em que planeta

estamos  hoje

nessa infernal atmosfera

 

capitão boçal pede desculpas

pelas cagadas dos 3 filhos

 

Aí 5 é apenas os centímetros

que um deles carrega

pendurado entre as pernas

 

esperma já virou porra

nesta pátria que pariu

a besta fera

Artur Gomes

Editora Litteralux – 2023

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tratado primeiro


tratado primeiro 

das letras quero tudo da palavra arranco gesto jiddu não me ensinou a mímica das metáforas ficou tudo suspenso cavalo solto no espaço pra quem quiser galopar


*

geleia geral

poema para ser cantado/falado nos saraus dos bares por esse brazyl que a tantas eras explode pelos ares

 

“é preciso estar atento e forte

não temos tempo de temer a morte”

                          Caetano Veloso

 

Gilberto Gil cantou

:

começou a circular

o expresso 2 2 2

que parte direto de bonsucesso

pra depois

 

o tempo rei

aponta a flecha

estica a lança

o velho deus mu dança

 

subo nesse palco

minha alma cheira talco

como bumbum de bebê

 

o deus justiça

rola o lance

nos dados sempre seis

 

poesia não cai do céu

é blues rasgado da carne

para o branco do papel

 

com um grito de alerta

:

sou o punk da periferia

sou da freguesia do ó

       ó aqui pra vocês!

 

Artur Gomes

Itabapoana Pedra Pássaro Poema

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Jura Secreta 

não fosse essa jura secreta 
mesmo se fosse e eu não falasse 
com esse punhal de prata 
o sal sob o teu vestido 
o sangue no fluxo sagrado 
sem nenhum segredo 

esse relógio apontado pra lua 
não fosse essa jura secreta 
mesmo se fosse eu não dissesse 
essa ostra no mar das tuas pernas 
como um conto do Marquês de Sade 
no silêncio logo depois do susto 

 

Artur Gomes

Juras Secretas

Editora Litteralux – 2018

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dentro da noite veloz

 

Pátria A(r)mada – Artur Gomes

Desconcertos Editora – 2022

Prêmio Oswald de Andrade

UBE-Rio – 2020

 

dentro da noite veloz

 

... e se fosse não apenas o que eu quisesse ela também fosse o silêncio da fala a espera de uma outra palavra que ainda não dissemos nos vazios de nossas bocas quando a língua se esconde antes da cena acontecer. e se fôssemos como dois perdidos numa noite suja procurando a lamparina para dar a luz dentro dessa noite veloz até que exploda uma vertigem no dia ?

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entre vírgulas - Nic Cardeal

mitologia serafínica   irina estava vestida de beatriz primeira posava para mais um clássico do surrealismo de magrite no quarto preparava a...