1º de Abril
telefonaram-me
avisando-me
que vinhas
na noite
uma estrela
ainda brigava
contra a escuridão
na rua sob patas
tombavam
homens indefesos
esperei-te 20 anos
até hoje não vieste
à minha porta
Artur Gomes
in Suor & Cio – 1984
Publicado pela primeira vez no livro Suor & Cio 1984/1985 –
20 anos depois do Golpe de 1964 – esse poema está gravado no CD Fulinaíma Sax
Blues Poesia, publicado também na
antologia pessoal Pátria A(r)mada 2019 e 2022, já esteve exposto em diversas
Mostras de Poesia Visual, Brasil afora, está presente em fanzines na seção de
arquivos da Biblioteca Nacional e é um
dos meus poemas selecionados para o livro Balbúrdia PoÉtica Livro e Manifesto.
Leia mais no blog
Pátria A(r)mada
https://arturfulinaima.blogspot.com/
ENGENHO
minha terra
é
de senzalas tantas
enterra em ti
milhões de outras esperanças
soterra em teus grilhões
a voz que tenta – avança
plantada em ti
como canavial
que a foice corta
mas cravado em ti
me ponho à luta
mesmo sabendo – o vão
- estreito em cada porta
Artur Gomes
Em 1984 poemas meus foram publicados na Antologia Carne Viva,
organizada por Olga Savary, considerada a primeira Antologia de poesia erótica
publicada no Brasil, com a presença de poetas como Carlos Drummond de Andrade,
Ferreira Gullar, Affonso Romano de Sant´Anna, etc.
ontem 3 janeiro 2025, assisti o depoimento de Sergio Ferro,
dado ao Tutaméia https://tutameia.jor.br/ Sergio Ferro é
arquiteto desenhista. No período da ditadura civil/militar 1964/1985 era
professor da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Chegou a atuar
como estagiário nos canteiros de obra de Brasília. Perguntado sobre as
possibilidades de um mundo melhor, ele não teve dúvida em apontar o trabalho do
MST - movimento dos sem terra e movimento dos sem teto. Inclusive afirmando que
na França onde ainda mora continua a ajudar na divulgação desses dois
movimentos. Se formos pensar profundamente a questão, vamos chegar a conclusão
que o golpe de 1964 se dá pelo temor das Reformas de Base, formuladas pelo
presidente João Gulart, e isso explica porque imediatamente logo no primeiro
Ato Institucional, é cassado o deputado trabalhista Rubens Paiva, em 9 de abril
de 1964, e vem ser assassinado dentro do Doi-CODI que funcionava dentro do
quartel da PE na Rua Barão de Mesquita, na Tijuca - Rio de Janeiro.
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prefácios e outros poemas
https://arturgomesgumes.blogspot.com/
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