segunda-feira, 14 de julho de 2025

Balbúrdia PoÉtica 11

e o corpo pode ate descansar...
mas a mente
não para
ideia é sempre
uma ideia...
engano o coração,
mas a mente não

é preciso pensar,
pensar é preciso,
pensar...
é o que me cabe

... ... ...

vou escrever,
por vezes,
funciona
e, quem sabe,
esqueço
essa angústia.

Mônica Braga
 

Eu Sou O Outro

 

Eu sou o outro

que habita dentro

do meu outro EU

 

não a casca da cápsula

da carcaça aqui de fora

 

o que se vê no espelho

é só imagem

 

- Narciso mergulhado à própria sombra

 

o cavalo na folhagem

esse sim é o que se vê na tela

quando a câmera revela

o concreto da outra pessoa

                             que não sou

 

                             Artur Gomes

clique no link para ver o vídeo

https://www.youtube.com/watch?v=9NVwELWJiQQ

As hienas também se penteiam

Eu, líquen na dobra do mundo, escuto.
Escuto, me calo e escuto.
E ouço (que é diferente). Ouço o timbre: um carretel em catarse,
fiando anedotas ególatras, crochê de silêncios alheios.

Essa fala, sempre a mesma, devora quem a diz.
Enche a sala com saliva autocentrada, e
cada frase é uma oferenda a Narciso,
cada pausa, forçada, uma ofensa pessoal.

Sou mulher, daquelas que acumulam o corte por dentro,
não por fragilidade, mas por excesso.
Minha boca é um relicário de mundos que não interessam.
Falo pouco, porque falar exige deixa.
E quem só tem fome de si, mastiga os outros com monólogos mastodônticos. E quer ser doentiamente escutado.

O trabalho do importante ser? Claro, grandioso, hercúleo, inquestionável.
O do outro? Uma nota de rodapé mal lida.
Me pergunto como cheguei até aqui,
com os pés rasgados de tanto dançar nos parênteses dos outros.

A arte de interromper é a trilha sonora favorita dos que me deixam exausta.
Falam como quem relincham,
como quem tem pânico do intervalo.
Não há grandeza neles, só barulho.

Sinto náusea diante dessa verborragia aureolada,
dessas histórias sem escuta,
dessa cronofagia socialmente aceitável.
Vivo num tempo em que escutar virou punição
e o silêncio, um ato de resistência.

Às vezes imagino aqueles crânios ocos,
ecoando frases que começam sempre com “eu”, “meu”, “pra mim”,
uma catedral invertida com altar espelhado.
Profetas de si mesmos,
e eu, herege por existir fora desse reflexo.

O medo da escuta é o mesmo medo do abismo.
Ouvir o outro ameaça dissolver o próprio contorno.
Olhos assim são vitrais voltados pra dentro.
Querem se relacionar? Talvez. Mas só com cláusula de exclusão.
E quando falo, se falo,
a guilhotina invisível do desinteresse corta minha frase ao meio.

Eu os nomeio, sim,
hienas vaidosas que se penteiam com adjetivos,
e mastigam o alheio como antídoto
pra própria insipiência.

Mas que fique claro: o mundo não lhes deve aplausos.
E há línguas, como a minha,
que rasgam, mesmo caladas.

Porque a vingança mais perigosa
é a da mulher que cansou de ouvir.

Simone Bacelar

Enquanto enfeio e envelheço,

aqueles segundos eternos,

o disparo da câmera me

deixou assim, com esta

cara que tento esconder:

os piores ângulos sem poses,

a papada, as rugas,

o cabelo branco omitido,

o pescoço entortado,

a cabeça idem, a boca oca.

Enquanto envelheço sem

disfarces, truques, tinturas,

procuro saber até onde

vai dar a anomalia do

espelho enganador.

A fotografia é verdadeira?

Quase nunca mente?

Quase sempre revela?

Eu me vi feio: quis fugir,

apagar tudo, escapar de

mim, de me ver assim,

tão falho e imperfeito.

Desisti, pois sou desse

jeito, difícil ser refeito.

Estou sob os efeitos

do tempo, dos tormentos,

atento e desatento

ao que pode ser ou não.

Ilusão é uma droga...

 

Ocinei T.

2.8.2025

Fotos Marco Antônio Gallitto

Balbúrdia PoÉtica 11

Dia 6 de agosto – 19:30h

Bar do Ernesto – Lapa

Rio de Janeiro – Brasil

Poesia Ali Na Mesa

Livros Ali Na Mesa

Roda de Conversa

Performances – Homenagens

Roda de Poesia – para relembrar o Congresso Brasileiro de Poesia

em Bento Gonçalves-RS

Curadoria:

Artur Gomes, Jorge Ventura, Tanussi Cardoso


Alegoria da Glória e do Castigo

 

Uníssono assombro

da plateia

que não teme o silêncio

repleto de vaias.

 

No acirrado

cadafalso,

 

a vaidade crescente das palmas

sobe ao crivo do tempo,

onde ergue-se a cabeça a prêmio.

 

- Igor Calazans 

Balbúrdia PoÉtica 11

Dia 6 de agosto – 19:30h

Bar do Ernesto – Lapa

Rio de Janeiro – Brasil

Poesia Ali Na Mesa

Livros Ali Na Mesa

Roda de Conversa

Performances – Homenagens

Roda de Poesia – para relembrar o Congresso Brasileiro de Poesia

em Bento Gonçalves-RS

Curadoria:

Artur Gomes, Jorge Ventura, Tanussi Cardoso

 

Poeta pra caralho

 

Preencho com versos brancos

o vazio branco do papel.

Não troco a poesia

pelo reino dos céus.

 

Iverson Carneiro

Balbúrdia PoÉtica 11

Dia 6 de agosto – 19:30h

Bar do Ernesto – Lapa

Rio de Janeiro – Brasil

Poesia Ali Na Mesa

Livros Ali Na Mesa

Roda de Conversa

Performances – Homenagens

Roda de Poesia – para relembrar o Congresso Brasileiro de Poesia

em Bento Gonçalves-RS

Curadoria:

Artur Gomes, Jorge Ventura, Tanussi Cardoso

 

Verso Livre

 

Transas com prazer,liberta

Gozas em  linguagem direta

Não ficaste como os sonetos

Com seus rígidos preceitos

Quase sem uso, obsoletos.

 

Brotaste em Versos livres

 

 Anna Maria Fernandes

Balbúrdia PoÉtica 11

Dia 6 de agosto – 19:30h

Bar do Ernesto – Lapa

Rio de Janeiro – Brasil

Poesia Ali Na Mesa

Livros Ali Na Mesa

Roda de Conversa

Performances – Homenagens

Roda de Poesia – para relembrar o Congresso Brasileiro de Poesia

em Bento Gonçalves-RS

Curadoria:

Artur Gomes, Jorge Ventura, Tanussi Cardoso

 

um pueta ducaralho

 

há quanto tempo

severina irina me disse

que os ponteiros

do relógio do mercado

perderam o trem

para o largo do marchado

catete não é glória

glória não é catete

e o lima dessa história

já meteu muito cacete

 rasgou cartas do  baralho

que até perdi as contas

com as meninas do barbalho

e esse poeta do  carneiro

é um  pueta ducaralho

 

Federico Baudelaire

https://www.instagram.com/p/DM0FcjcM5P9/ 


 Balbúrdia PoÉtica 11

Poesia Ali Na Mesa

Livros Ali Na Mesa

Roda de Poesia

Performances – Homenagens

Dia 6 de Agosto – 19:00h

Bar do Ernesto, Rua da Lapa, 41

Rio de Janeiro Brasil

 

AVENIDA BRASIL

 

Atenção não pare:

assalto à mão armada

a 100m

 

Atenção não olhe:

espancamento e estupro

a 200m

 

Atenção não se abale:

assassinato e roubo

há 500 anos

 

Adriano Espínola

https://www.instagram.com/p/DMym-3UP0x8/


Minha turma do Congresso Brasileiro de Poesia saiu para fazer arte na rua hoje, em Bento Gonçalves. No centro da cidade, dançaram e falaram poesia na hora do almoço para quem passava. Com muita ins/Piração. Foto: Toninho Vaz – outubro 2013 



Vitalitas Maritakis em seu último discurso no encerramento do XXI Congresso Brasileiro de Poesia...

Outubro 2013 


Jura secreta 14

 

eu te desejo flores lírios brancos

margaridas girassóis rosas vermelhas

e tudo quanto pétala

asas estrelas borboletas

alecrim bem-me-quer e alfazema

eu te desejo emblema

deste poema desvairado

com teu cheiro teu perfume

teu sabor teu suor tua doçura

e na mais santa loucura

declarar-te amor até os ossos

eu te desejo e posso :

palavrArte até a morte

enquanto a vida nos procura

Artur Gomes

a musa e uma câmera fotográfica

curta com Isadora Zecchin, filmado

na Cachaçaria - Bento Gonçalves-RS - outubro 2014 - durrante o XXII Congresso Brasileiro de Poesia - Fulinaíma Produções - direção: Artur Gomes https://www.youtube.com/watch?v=7Gc5kteQNNo...

aqui só foto poesia

https://www.facebook.com/arturgomespoeta?fref=ts

 



EntriDentes

 

queimando em Mar de Fogo

me registro

lá no fundo do teu íntimo

bem no branco do meu nervo

brota uma onda de sal e líquido

procurando a porta do teu cais

teu nome já estava cravado

nos meus dentes

desde quando sísifo

olhava no espelho

primeiro como Mar de Fogo

registro vivo das primeiras era

segundo como Flor de Lotus

cravado na pele da flor primavera

logo depois gravidez e parto

permitindo o Logus quando o amor quisera

 

Artur G omes

foto: Jiddu Saldanha - no momento em que eu montava a XVIII Mostra Internacional de Poesia Visual e I Mostra Cine Vídeo Poesia, na Fundação Casa das Artes - Bento Gonçalves-RS - XXI Congresso Brasileiro de Poesia - 1 de outubro 2013


A CEREJEIRA DOS POETAS 

Iara Schmegel me pediu dia desses que eu postasse uma foto atual da cerejeira plantada pelos poetas que participaram do XXIV Congresso Brasileiro de Poesia, em 2016. Aí está ela, na praça ao lado do Sopping Bento Gonçalves.

Ademir Bacca

De 1996 a 2016 O Congresso Brasileiro de Poesia foi para mim, um laboratório de criação poética de múltiplas linguagens, lá realizei performances, dirigi oficinas, fiz curadorias de mostras de poesia visual e cine.vídeo.poesia, coordenei saraus e escrevi o livro Juras Secretas lançado em 2018. Conheci uma infinidade de poetas, brasileiros e latino americanos, com os quais mantenho contado até os dias atuais.

 

Artur Gomes

V(l)er mia no blog

https://fulinaimagens.blogspot.com/

 



Ronaldo Werneck, imenso poeta, super amigo, mineiro de Cataguazes, estivemos muitas vezes juntos no Congresso Brasileiro de Poesia em Bento Gonçalves-RS, também já cadastrado no Projeto Arte Cultura Oficinas da Fulinaíma MultiProjetos e com certeza nos dará uma grande contribuição para as Oficinas de Música e Poesia.

Ensaio Fotográfico com minha querida Isadora Zechin lá pelos idos de 2014 em Bento Gonçalves-RS nos intervalos da programação do Congresso Brasileiro de Poesia - enquanto ela lia o livro A Cor da Pele - do queridíssimo poeta irmão Jose Salgado Maranhão Salgado Maranhão

 

enquanto ela lia

o livro a cor da pele

traçava o rito

de uma lente que revele

o que mora entre a língua

e a palavra

escrita ou dita

pela boca

de quem fala

tudo aquilo que não cala

 

Artur Gomes

O Homem Com A Flor Na Boca

https://fulinaimatupiniquim.blogspot.com/

 Hoje 8/10 - 21:00h - SagaraNAgens Fulinaímicas

exibição do Curta - na Sala de Cinema da Fundação Casa das Artes -

XXIII Congresso Brasileiro de Poesia - Bento Gonçalves-RS - outubro 2015 - FULINAÍMA Produções - Direção: Artur Gomes

Fulinaíma Band Blues Poesia - ensaiando um novo ritual para o Poesia In Concert - Dia 2 de outubro - 2013 - XXI Congresso Brasileiro de Poesia - Bento Gonçalves-RS - com Sady Bianchin e Caró Lago - foto: Jiddu Saldanha


Com Os Dentes Cravados Na Memória

A foto foi feita durante a Mostra Mirações no XXII Congresso Brasileiro de Poesia - outubro 2014 - Bento Gonçalves-RS. Muito posso dizer sobre a pessoa que está nela, mas se eu disser muito as respostas para a pergunta vai ficar muito fácil, e Ademir Antonio Bacca vai ter que meter a mão no bolso para dar o prêmio, uma garrafa de Carbernet Dom Laurindo. Isso é exigência do Hugo Pontes ouviu Ademir?

A pergunta é: Quantos anos ela tem? O dia que foi feita esta foto e em que ano ela foi a primeira vez ao Congresso Brasileiro de Poesia. A única dica: não vale para Sady Bianchin nem para Tchello d'Barros e lógico,  também para a pessoa que está na foto.

#ArturGomes #CongressoBrasileiroDePoesia #ComOsDentesCravadosNaMemória #FulinaímaMultiPtojetos

Fulinaíma MultiProjetos

portalfulinaima@gmail.com

(22)99815-1268 - whatsapp 


Ketlin Siqueira Dias, estudante do Colégio Dona Isabel, gravando depoimento hoje na Fundação Casa das Artes, para o curta Congresso Brasileiro de Poesia - 25 Anos - FULINAÍMA Produções - Direção: Artur Gomes


toda palavra

toda palavra
guarda um segredo
atrás de suas portas
secretas

esconde
na entrelinha
o enigma da criação

delicada
afiada
malcriada
debochada
discreta
poética
patética
a palavra pode tudo
e bebe
o sangue dos poetas
em goles demorados

II

toda palavra
é arma engatilhada

pontaria precisa
acerta o coração
mesmo quando
é bala perdida

certeira
traiçoeira vingativa
malígna
indiscreta
abusada
despretensiosa
maliciosa
a palavra
pode quase nada
quando fala de paz

Ademir Bacca
Poesia do Brasil Vol. 11
Proyecto Cultural Sur Brasil
XVIII Congresso Brasileiro de Poesia
Bento Gonçalves-RS - Outubro 2010

Fulinaíma Sax Blues Poesia

                         por Ademir Bacca

 

Artur Gomes, Dalton /Freire, Luiz Ribeiro, Naiman e Reubes Pess

lançado em 2002

 

ARTUR GOMES DE NOVO

Já deixei escrito em algum canto deste meu blog a admiração que tenho pelo poeta ARTUR GOMES, sem dúvidas hoje o grande nome da poesia alternativa brasileira. O Cd dele “Fulinaíma Sax, Blues & Poesia”, já gastou de tanto que rodou aqui em casa. Há muitos anos venho ouvindo belíssimos poemas ditos por ele, seja no Congresso Brasileiro de Poesia, no bar da esquina do SESC ou mesmo aqui em casa, nas vezes em que ele está em Bento Gonçalves e nos damos o prazer de conversar inúmeras garrafas de vinho e uma picanha no disco.

Gosto de muitos, mas este poema é, sem dúvidas, o meu preferido:

 

Alucinações Interpo(É)ticas

 

o que é que mora em tua boca Bia?

um deus um anjo ou muitos dentes claros

como os olhos do diabo

e um a estrela como guia?

o que é que arde em tua boca Bia?

azeite sal pimenta e alho

réstias de cebola

um cheiro azedo de cozinha

tua boca é como a minha?

o que é que pulsa em tua boca Bia?

mar de eternas ondas

que covardes não navegam

rios de águas sujas

onde os peixes se apagam

ou um fogo cada vez mais Dante

como este em minha boca

de poeta delirante

nesta noite cada vez mais dia

em que acendo os meus infernos

em tua boca Bia?

 

© ARTUR GOMES 


 Lembranças do Congresso Brasileiro de Poesia

Bento Gonçalves-RS - 2015

 

Jura secreta 16

para may pasquetti

 

fosse esta menina Monalisa

ou se não fosse apenas brisa

diante da menina dos meus olhos

com esse mar azul nos olhos teus

não sei se MichelÂngelo

Da Vinci Dalí ou Portinari

te anteviram

no instante maior da criação

pintura de um arquiteto grego

quem sabe até filha de Zeus

e eu Narciso amante dos espelhos

procuro um espelho em minha face

para ver se os teus olhos

já estão dentro dos meus

 

Artur Gomes

do livro Juras Secretas

Editora Penalux - 2018

https://secretasjuras.blogspot.com/

Este poema foi escrito em 2006. Quando cheguei a Bento Gonçalves, para dirigir uma Oficina de Poesia Falada no CEFET-Bento, encontrei May na porta do Hotel VinoCap me esperando. Ela já havia me visto falando poesia pelas Escolas da cidade. Me passou mensagens por e-mail dizendo-me que um de seus sonhos era falar poesia no palco junto comigo. E em 2006 subimos no palco juntos, numa homenagem que fizemos para o Centenário do poeta Mário Quintana. Depois foram mais 10 anos de parcerias nas performances e recitais no Congresso Brasileiro de Poesia.

Em 2007/2008 foi minha parceira na performance O Amor Em Estado de Vinho e Uva que fizemos durante a programação da FENAVINHO. Neste ano foi a primeira vez que interpretei poemas do poeta e padre Oscar Bertoldo, assassinado barbaramente na região serrana do Rio Grande do Sul. 

Balbúrdia PoÉtica 11

Dia 6 de agosto – 19:30h

Bar do Ernesto – Lapa

Rio de Janeiro – Brasil

Poesia Ali Na Mesa

Roda de Poesia – para relembrar o Congresso Brasileiro de Poesia

em Bento Gonçalves-RS

 

Travessia Canibalesca

 

na balbúrdia dos vinhedos

ainda me guarda nos segredos

secretos mas não  presos

onde a musa dos desejos

no obscuro do objeto

 poema in/decente concreto

trava língua entre meus dentes

quando estive em cavajarro

atravessei  porto viejo

e não foi elas por elas

no caminho de pedras

das donzelas

lapidei as unhas delas

uma por uma em cada beijo

 

Artur Gomes

Juras Secretas

Vampiro Goytacá Canibal Tupiniquim

https://fulinaimacentrodearte.blogspot.com/

eu quero o tempo tempo tempo mesmo que seja cedo antes que seja tarde amanhecia setembro em bento gonçalves eu já pensava a carne dos pelos das folhas das polpas das uvas no vale dos vinhedos do cachorro louco janelas do apartamento da cidade alta os poemas pintados por juliana as costas nua na contra luz nascendo o dia antes arte do que nunca um congresso brasileiro de poesia quero o temo tempo tempo quero quero nos pampas vagalumes acendendo suas lanternas na garoa das madrugadas uma guria na esquina me pedindo um gole de cerveja quantas eras quantas anas já tivemos tantas já fizemos quantas e o quântico volátil como éter se evapora quando é luz do dia.

Artur Gomes
https://fulinaimagens.blogspot.com/


Balbúrdia PoÉtica 11

Dia 6 de agosto – 19:30h

Bar do Ernesto – Lapa

Rio de Janeiro – Brasil

Poesia Ali Na Mesa

Roda de Poesia – para relembrar o Congresso Brasileiro de Poesia

em Bento Gonçalves-RS

 

era uma vez

um tempo

que se fazia

com muito prazer

e

poesia

 

Artur Gomes

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Balbúrdia PoÉtica

poesia ali na mesa

à parmediana ou milanesa

a ética é nossa lira

 que delira enquanto plasma

vento forte ou mesmo brisa

cada poeta se lambuza

com a musa que precisa

 

o delírio é a lira do poeta

se o poeta não delira sua lira não concreta  

 

Dia 6 de agosto  19h

Bar do Ernesto - Rua da Lapa, 41

Rio de Janeiro Brasil

 

Artur Gomes

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Balbúrdia PoÉtica 11

Dia 6 -  agosto - 19:30h

Bar do Ernesto -  Lapa

 Rio de Janeiro – Brasil

 

Poema tecelão

 

Teçamos a manhã com o canto dos versos/

a atravessar vidraças de janelas e telas/

a desarmar armadilhas de toda rede/

a ecoar, concreto, em cada poeta/

e seguir com sede e sem linha reta/

em lança, chamas tecelãs de auroras

 

Poema de Delayne Brasil,  in Na pele do mundo, Ventura Editora,  2023

 

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Balbúrdia PoÉtica 11

Dia 6 -  agosto - 19:30h

Bar do Ernesto -  Lapa

 Rio de Janeiro – Brasil

 

Curadoria: Artur Gomes, Jorge Ventura e Tanussi Cardoso

 

AFFONSO

 

Poeta, tua verdade

me protege de certas paisagens

teus prados me verdejam espaços gratuitos

 

ser poeta começa nos olhos

 

               Rose Araujo

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Balbúrdia PoÉtica 11

Dia 6 de agosto – 19:30h

Bar do Ernesto – Lapa

Rio de Janeiro – Brasil

Affonso Romando de Sant`Anna

Presente

Antônio Cícero

Presente

Armando Freitas Filho

Presente

Tavinho Paes

Presente Roda de Poesia – presente

Para relembrar o Congresso Brasileiro de Poesia em Bento Gonçalves-RS

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Obs.: Quem esteve presente em alguma edição do Congresso Brasileiro de Poesia em Bento Gonçalves-RS sabe como é- vamos mandar um abraço coletivo para o nosso amigo Ademir Antônio Bacca

 

Memórias

 

nessa casa vazia

ainda habitam vivos:

entes idos, meus livros

 

CRUEZA

sou língua de sal
não poupo palavras

em mim nenhum Deus
em mim só um homem

que peca e execra
e desfeito em dores

sobrevive a quedas
sem nenhum pudor

à sorte me atrevo
só creio em meus atos

vejo o que não devo:
o osso em vez da carne

 

Jorge Ventura

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 Loucura Poética

 

Possuo uma loucura antiga,

cada vez que

leio o mesmo poema,

encontro uma nova poesia.

 

Val Mello

Palavra & Poesia de Jorge Ventura
Poesia para Pensar - por Artur Gomes

Palavra & Poesia, de Jorge Ventura é um livro para se ler de um fôlego só, de preferência bebendo um bom vinho de Bento, em louvor a Bacco. Poemas como lâminas da carne na alma. Palavra na folha branca do papel para nunca se apagar. Poesia para se ler e pensar nas antagonias da palavra diante do corpo e da alma. A carne da palavra muitas vezes sangra no gume da faca. Assim é a palavra quando bruta, assim é a vida quando luta. A poesia/palavra de Jorge Ventura não foge a dicotomia vida/arte, está no cerne desse jogo, no fogo das paixões que vem de dentro:

“palavra pura absoluta
água que se quer beber
verdade em escrita rara

palavra impura oculta
lama que se quer sujar
mentira igual rasura” (Antagônicas I) pág. 32.

Em petardos poéticos certeiros Jorge Ventura vai desfilando sua palavra/poesia pelo miolo do livro o seu viver diante do tempo e das pessoas, até desaguar com seu Papiro na quarta capa, um poema do lado de fora do livro, que sintetiza todos os outros que estão dentro.

papiro aberto sobre a mesa
rota de fuga no papel

faço do lápis o cinzel

a talhar riscos e incertezas

traço grotas, grutas, gretas
a vida torta a toda lavra

destino breve ou longa estrada
verso o caminho do rascunho

sonhos em vão do próprio punho
no mapa oculto da palavra

Palavra & Poesia
Autor: Jorge Ventura
Ventura Editora – 2018
Prefácio: Claudia Manzolilo
Orelha: Luiz Otávio Oliani
Posfácio: Igor Fagundes
Capa: Tchello d'Barros 



HIPOTEMUSA

 

bati na porta da IA

me perguntou

qual o poeta

que eu mais gosto de ler

:

EuGênio Mallarmè

:

porquê

ele me re/trata como sou

feminina leviana desnudada

serafina severina desvairada

 

Irina Serafina

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HIPOTEMUSA

MUSA OUTRA

 

há muito tempo

com um coelho no colo

mas o que eu mais queria

era um gato

old cat que fosse

do jeito que me viesse

como nos tempos

em que me pegou

 

nos Retalhos Imortais do SerAfim

e fez de Mim o que sou

 

Rúbia Querubim

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Lagoa de Cima

 

Deveria existir no dicionário

Com brilho de sol e cheiro de mato,

Um verbo para mim, necessário,

Que traduzisse esse encanto que é um fato.

Lagoar, verbo transitivo direto,

Ação de alma, corpo e coração.

Eu lagoo, tu lagoas — simples, completo —

Na beira mansa da imensidão.

Lagoa de Cima é conjugação primeira,

Presente do indicativo da paz.

Lagoar é esquecer-se da vida inteira

E lembrar apenas do que a calma nos traz.

É remar sem pressa, de olhos abertos,

Deixar-se refletir no espelho d’água,

Sentir o tempo, os ventos, os afetos,

Como quem se cura de toda a mágoa.

Verbo de mergulho e contemplação,

De redes armadas e tardes douradas,

De fogueiras acesas no coração

E histórias contadas em noites enluaradas.

Sim, eu lagoo. E, se puder escolher,

Quero lagoar sempre, sempre mais.

Pois quem lagoa aprende a viver

Na maré calma que a lagoa de cima traz.

 

Wellington Cordeiro




BALBÚRDIA PoÉTICA

 

Artur, pássaro no ar voando alto

 

Feeling good

 

Tchello, Sol no céu amarelo

Feeling good

 

Turiba, brisa soprando na sombra

 

Feeling good

 

Sady, amanhecendo o sorriso dos sonhos

 

Feeling good

Todos os poetas e artistas

de todas as cores e ritmos

 

são novos dias, novas vidas, novos mundos

 

Feeling good

 

“Balbúrdia Poética” é isso:

a liberdade de se ser feliz

para sempre

mesmo que o “para sempre”

more perto ou distante;

mesmo que a Poesia

dure somente um instante.

 

Tanussi Cardoso

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 Balbúrdia PoÉtica 11

Dia 6 – agosto – 19:30h

Bar do Ernesto – Lapa – Rio de Janeiro

 

Curadoria: Artur Gomes, Jorge Ventura e Tanussi Cardoso

 

 

traição grega

 

helena me deu

um cavalo de pau

me jogou no vento

me pegou em troia

me roubou a jóia

me deixou em trento

 

Artur Gomes

Poema do livro Itabapoana Pedra Pássaro Poema

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Balbúrdia PoÉtica 11

Poesia Ali Na Mesa

Dia 6 – agosto – 19:30h


Bar do Ernesto – Lapa

Rio de Janeiro

Affonso Romano de Sant`Anna – presente

Antônio Cícero – presente

Armando Freitas Filho – presente

Tavinho Paes – presente

Curadoria: Artur Gomes, Jorge Ventura e Tanussi Cardoso


Poetas Confirmados

 

Adriano Espínola + Angel Cabeça + Artur Gomes + Carmen Moreno + Christovam de Chevalier + Clécia Oliveira + Dellayne Brasil + Ellen Sousa + Eugenia Henriques + Edmilson Santini + Eurídice Hespanhol + Fil Buc + Igor Calazans + Igor Fagundes + Jorge Piri + Jorge Ventura + Karla Julia +Luis Turiba + Mano Melo + Marcela Giannini + Marcelo Mourão + Margareth Bravo + Monica Serpa + Orfeu da Conceição + Paulo Sabino + Ricardo Vieira Lima + Rose Araújo + Sady Bianchin + Silvio Ribeiro de Castro + Tanussi Cardoso + Telma da Costa +   Thereza Christina Rocque da Motta + Vall Melo + Victor Colonna + Wanda Monteiro

 

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Balbúrdia PoÉtica

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poema atávico

 

e se a gente se amasse uma vez só

a tarde ainda arde primavera

tanta nesse outubro quanto

de manhãs tão cinzas

 

nesse momento em Bento Gonçalves

Mauri Menegotto termina

de lapidar  mais uma pedra

tem seus olhos no brilho da escultura

 

confesso tenho andado meio triste

na geografia da distância

esse poema atávico tem a cor da tua pele

a carne sob os lençóis onde meus dedos

ainda não nasceram

 

Deus anda me pregando peças

Num lance de dados mallarmaicos

comovida

ainda te procuro em palavras aramaicas

e a pele dos meus olhos anda perdida

em teu vestido

 

Gigi Mocidade

O Poeta Enquanto Coisa

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filho de Oswald de Andrade

primo de Macunaíma

neto dos Retalhos

Imortais do SerAfim

perdido na cidade

por onde andará

o Vampiro Goytacá Canibal Tupiniquim? 

Balbúrdia PoÉtica 10

Poesia Ali Na Mesa

Dia 12 – julho – 2025

Casa da Palavra – Santo André-SP

Fotos: Luzia Maninha Teles Veras 

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Balbúrdia PoÉtica 10

Poesia Ali Na Mesa

12 de julho – 2025

Casa da Palavra – Santo André-SP

Livros + Exposição + Roda de Conversa + Cine Vídeo Poesia + Homenagens + Performances


Curadoria:

Artur Gomes + Cesar Augusto de Carvalh + Julio Mendonça + Jurema Barreto de Souza + Silvia Passarelli

Poetas Homenageados:

Dalila Teles Veras + Zhô Bertholine

Em memória:

Antônio Possidônio Sampaio + Francis de Oliveira + Wilma Lima

Performances Poesia  Falada :

Abel Coelho + Ademir Demarchi + Armando Liguori Junior + Artur Gomes + Beth Brait Alvim + Carolina Montone + Cesar Augusto de Carvalho + Cleber Beleeiro + Dalila Teles Vedras + Décio Scaravelli + Dilène Barreto + Elcio Fonseca + Franklin Valverde + Julio Mendonça + Jurema Barreto de Souza + Luiza Silva de Oliveira + Luiz Henrique Gurgel + Marcelo Brettas + Mateus Nunes + Nilson Luiz + Paulino Alexandre + Remisson Aniceto + Rosana Venturini + Zhô Bertholini

Fotos: Silvia Helena Passarelli

 *

Obs.:

Este texto de Wilma Lima dedicado a Dalila Teles Veras está eternizado em uma das paredes do Alpharrabio

DALILA

PARABÉNS!

PARABÉNS DE SEUS SINCEROS AMIGOS

            DE SEMPRE

PARABÉNS DE Mara, DE Jurema.

      De Wagner, de Wilma, de João Antonio e de Zhô

            De Margareth, da SILVIA ARQUITETA

            Do outro João, amigo do Zhô.

Parabéns do Guardião dos Alfharrabios – DR TELES e filhas

Parabéns das moças lindas da ENSAIO

E dos moços

Tão lindos também

PARABÉNS ENORMES DA MANINHA, DA NORA, DO SERJÃO DOS ASTRAIS

Do Dr. Posidônio – SEMPRE APRESSADO

Parabéns do filhinho do Zhô – que nos encanta

Parabéns do DUDA, da Terezinha do Wagner

E da TEREZINHA Baixinha – tão grande como seu casaco!

Felicidades para você

D-A-LILA....

PARABÉNS

Do Romeu – que sempre esteve presente nos grandes acontecimentos no ALPHA

Abraços da filha linda do Wagner – DENISE

E daquele moço Poeta que faz desenhos – o Moacir

E do amigo do SÉrgio

Mãe da MARA

E do Haroldo (amigo meu e de Mara – de todos nós)

Parabéns de todo mundo que conhece você – QUE AMA VOCÊ

 

QUEM NÃO CONHECE DALILA TELES VERAS?

Aceite parabéns enormes de Mestre TAKARA

E DE CIBELE ARAGÃO

Da Bailarina Marlene – tão loura!

Da eterna Tônia Ferr e irmã

Da IRACEMA DO ARISTIDES (POETAS PINTORES)

Você, Dalila da Madeira, é a nossa grande dama da Cultura Alternativa.

ABRAÇOS DA ROSANA CHRISPIN, DA NILCE.

E da Nilce do Violão e do amigo dela – que gosta de cachorros como EU

      Um beijo grande de todos nós

E um perdão para quem eu

miseravelmente tenha esquecido

e que não vai me perdoar jamais

o ANIVERSÁRIO é aqui

e tem que ser celebrado.

É Festa de São João e de São Pedro

O PARABÉNS ESPECIAL É DA SEMIRAME


      E DO ARTUR GOMES – QUE ESTÁ LONGE MAS SEMPRE PRESENTE

E GOSTA DE RETALHOS

E POR ISSO VAI UMA COLAGEM IMORTAL

Com tantos cantos

Conta tantos vinhos

E tantas iguarias

Para o Banquete

Do NOVOMUNDO


            Em nome de todos,

            WILMA LIMA

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Balbúrdia PoÉtica 11

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