poesia
tesão teu nome
transforma ritual &
gesto 
não presto porque e te amo
te amo porque não presto
a metáfora da esfinge 
é anjo torto serAfim 
uma metade meio irina 
a outra rúbia querubim 
pandeprosa
para
Divanize Carbonieri
poesia poderosa
muitas vezes pandeprosa
muitas vozes vozes muitas
muitas outras línguas claras
mesmo em noites obscuras
o abstrato se depura
em raras vozes vozes raras
ave palavra criaturas
poesia é coisa cara 
Bolero Blue 
beber desse conhaque 
em tua boca 
para matar a febre 
nas entranhas 
entre os dentes 
indecente 
é a forma que te bebo 
como ou calo 
e se não falo quando quero 
na balada ou no bolero 
não é por falta de desejo 
é que a fome desse beijo 
furta qualquer outra 
palavra presa 
como caça indefesa 
dentro da carne que não sai
Artur Gomes
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Ikaro Max  ontem na Patuscada lendo
Mallarmè me.deu o toque - poema do livro O Homem Com A Flor Na Boca Sarau Gente
de Palavra em homenagem a Artur Gomes
mallarmè me deu o toque
para Filipe Barbosa Buchaul Gomes
poesia é pau é pedra
palavra sem retoque
quem conhece o lance de dados 
não joga com dado lance
não troca flecha por lança
nem armadura por bodoque
quem sabe que vida é fedra
não teme a hora do toque
nem quanto custa ler Roberto Piva
e ouvir Fil Buc com a sua banda de
Rock 
O Homem Com A Flor Na Boca 
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fosse apenas uma palavra reta
carinho afeto e uma que ainda falta 
nesse novo alfabeto que procuro tateio no escuro outras
palavras signos signi ficar signi ficando signi ficado na hipotenusa do
quadrado do cateto no silêncio que muitas vezes ouvi da flauta do hermeto nas
trinta e cinco pausas de renata persigo a trilha em movimento pés descalços
sobre a mata e as palavras brotam cachoeiras água corrente vem da fonte como sementes
desejadas de brotar 
Artur Gomes
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Sarau Gente de Palavra homenageia
Artur Gomes
Fragmento do
prefácio do livro O Homem Com A Flor Na Boca
Leia mais
em https://fulinaimagens.blogspot.com/
 
Em FULINAIMAGEM 14 o tom  de diário se instaura com
inscrição de data do acontecimento rememorado e transborda na escrita de si em
que se revela o papel que a poesia e o teatro desempenham na escritura de seu
trajeto como autor: “a minha relação poesia teatro poesia é visceral vital
para o que escrevo como quem encena  a necessidade do corpo como
expressão”. Artur Gomes, este homem com a flor na boca,
anda a espalhar o veneno agridoce de sua poesia, numa obra em que não há
fronteiras entre o artista, o cidadão, o personagem, o eu poético, a obra. Seu
livro não é um objeto, mas um produto interno e nada bruto. A obra é sempre
muito maior que o livro, pois este, matéria assim como o homem, finda. A obra,
esse totem que se pode cultuar no altar da memória, está sempre presente. E é
disso que o poeta fala: do tempo presente, do homem presente, da vida presente.
Parafraseando Drummond, com O Homem Com
A Flor Na Boca, “não nos afastemos, não nos afastemos
muito”, vamos de mãos dadas com a poesia de Artur.
 
Adriano Carlos Moura
Professor de Literatura – IFFluminense, Campos dos Goytacazes-RJ –
Poeta, Ator, Dramaturgo
 










