sexta-feira, 24 de novembro de 2023

poesia tesão teu nome

poesia

tesão teu nome

transforma ritual & gesto 

não presto porque e te amo

te amo porque não presto

 

a metáfora da esfinge

é anjo torto serAfim

uma metade meio irina

a outra rúbia querubim 


pandeprosa

para Divanize Carbonieri

 

poesia poderosa

muitas vezes pandeprosa

muitas vozes vozes muitas

muitas outras línguas claras

mesmo em noites obscuras

o abstrato se depura

em raras vozes vozes raras

ave palavra criaturas

poesia é coisa cara

 

Bolero Blue

 

beber desse conhaque

em tua boca

para matar a febre

nas entranhas

entre os dentes

 

indecente

é a forma que te bebo

como ou calo

 

e se não falo quando quero

na balada ou no bolero

não é por falta de desejo

 

é que a fome desse beijo

furta qualquer outra

palavra presa

como caça indefesa

dentro da carne que não sai

 

Artur Gomes

 https://fulinaimatupiniquim.blogspot.com/



Ikaro Max  ontem na Patuscada lendo Mallarmè me.deu o toque - poema do livro O Homem Com A Flor Na Boca Sarau Gente de Palavra em homenagem a Artur Gomes

 

mallarmè me deu o toque

para Filipe Barbosa Buchaul Gomes

 

poesia é pau é pedra

palavra sem retoque

quem conhece o lance de dados

não joga com dado lance

 

não troca flecha por lança

nem armadura por bodoque

 

quem sabe que vida é fedra

não teme a hora do toque

 

nem quanto custa ler Roberto Piva

e ouvir Fil Buc com a sua banda de Rock

 

O Homem Com A Flor Na Boca

https://fulinaimargem.blogspot.com/

 


 fosse apenas uma palavra reta

carinho afeto e uma que ainda falta

nesse novo alfabeto que procuro tateio no escuro outras palavras signos signi ficar signi ficando signi ficado na hipotenusa do quadrado do cateto no silêncio que muitas vezes ouvi da flauta do hermeto nas trinta e cinco pausas de renata persigo a trilha em movimento pés descalços sobre a mata e as palavras brotam cachoeiras água corrente vem da fonte como sementes desejadas de brotar

 

Artur Gomes

https://fulinaimagens.blogspot.com/



Sarau Gente de Palavra homenageia Artur Gomes

Fragmento do prefácio do livro O Homem Com A Flor Na Boca

Leia mais em https://fulinaimagens.blogspot.com/

 

Em FULINAIMAGEM 14 o tom  de diário se instaura com inscrição de data do acontecimento rememorado e transborda na escrita de si em que se revela o papel que a poesia e o teatro desempenham na escritura de seu trajeto como autor: “a minha relação poesia teatro poesia é visceral vital para o que escrevo como quem encena  a necessidade do corpo como expressão”. Artur Gomes, este homem com a flor na boca, anda a espalhar o veneno agridoce de sua poesia, numa obra em que não há fronteiras entre o artista, o cidadão, o personagem, o eu poético, a obra. Seu livro não é um objeto, mas um produto interno e nada bruto. A obra é sempre muito maior que o livro, pois este, matéria assim como o homem, finda. A obra, esse totem que se pode cultuar no altar da memória, está sempre presente. E é disso que o poeta fala: do tempo presente, do homem presente, da vida presente. Parafraseando Drummond, com O Homem Com A Flor Na Boca, “não nos afastemos, não nos afastemos muito”, vamos de mãos dadas com a poesia de Artur.

 

Adriano Carlos Moura

Professor de Literatura – IFFluminense, Campos dos Goytacazes-RJ – Poeta, Ator, Dramaturgo

 


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