segunda-feira, 22 de abril de 2024

caça a jato - Luis Turiba

CAÇA A JATO

Poema de amor em tempo de guerra

 

quando fecho os olhos

e abro a mente

verdadeira.....mente;

lá vem ela

em seu corpo de sereia

invadir meu apartamento

pelas areias do Saara

 

chega como um cortejo

um bloco de sujos

uma nação planejada e radical

passeata de ferozes fulminantes

celebrando aos gritos e cantos

à luz da Lua Cheia

que ainda nem nasceu

mas lá no alto do morro, gorjeia

vozes tímidas, luminares arranhadas

de cios ardores vontades-secretas

 

raios chegam ligeiros, num instante

como mera paisagem em brilhante

a perfilar-se como ave marinha

fora do ritmo de suas asas ululantes

entre forças terrestres e aéreas

fera em série fora das hélices

raios cortantes

doce força mansa à vera

desejando – (coisa mais linda) –

fêmea querendo sem querer-se,

ir-se, seguir-se, entregar-se

em gotas homeopáticas

no néctar do elixir do existir

e assim, jato de caça

na cabeceira da pista

do porta-aviões amado

de onde deriva de um nada

labaredas de fogo a pulsar

amores vis

no tremor das turbinas

ofertando-se toda menina

empina-se para o voo de combate

sabor de abacate

plena entrega de bandeja

as barbatanas do tubarão sem antenas

captam o que foi, o que não passou, o que seja

vai encarar?!

 

Luis Turiba

 Glória, RJ, 22.01.024

leia mais no blog 

https://fulinaimacarnavalhagumes.blogspot.com/

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