soberba
a noite longa
por entre os
paralelepípedos
e Jaguarão
se espreme entre
a pote e o cerro
passo a passo
o olhar adensa
no delito da espera
na podridão da
virtude
um galo geme
e o dia amanhece
Lau Siqueira
In o inventário do pêssego
CASA VERDE – Porto Alegre-RS – 2020
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Mostra Visual De Poesia Brasileira
Balbúrdica
desmatamento
só dá lucro pra quem mata
e o resultado final
é sempre uma desgraça
(Federico Baudelaire)
As Flores do Mal-Me-Quer
BalburdianaMENTE
Wally
Salomão muito bem já me dizia: experimentar o experimental
- o brazyl é uma
tragédia norte sul geral :
metaforicamente
braziliricamente
fulinaimicamente
sagarinicamente
balburdianaMente
verdadeiramente
o desmatamento no rio grande mata –
em são paulo a PM por ordem do governador espanca estudantes
na assembleia legislativa que se manifestavam contra a criação de escolas
cívico-militares e os deputados neonazistas aprovam a lei para instaurar no
estado essas escolas para uma ditadura escancarada
no rio de janeiro de
forma cinicamente deslavada o TRE
absolve a corrupção - diante disso só me resta uma sentença do
Salgado
Maranhão (EuGênio Mallarmè) As Flores Do Bem-Quer
SENTENÇA
faz muito tempo que eu venho
nos currais deste comício,
dando mingau de farinha
pra mesma dor que me alinha
ao lamaçal do hospício.
e quem me cansa as canelas
é que me rouba a cadeira,
eu sou quem pula a traseira
e ainda paga a passagem,
eu sou um número ímpar
só pra sobrar na contagem.
por outro lado, em meu corpo,
há uma parte que insiste,
feito um caju que apodrece
mas a castanha resiste,
eu tenho os olhos na espreita
e os bolsos cheios de pedras,
eu sou quem não se conforma
com a sentença ou desfeita,
eu sou quem bagunça a norma,
eu sou quem morre e não deita.
Salgado Maranhão
AR
Dedicado
ao poeta Afonso Felix de Sousa, em memória
poema
é raiz
que
em silêncio cresce
sopro
sem nenhum alarde
como
se o ar para existir
precisasse
da absoluta urgência da tarde
poema
é fome
que
a pedra arranha
na
lâmina que dita o corte
como
se a vida para existir
precisasse
da absoluta urgência da morte
poema
é feito novelo
olho
noturno
desterro
como
se a sombra para existir
precisasse
da absoluta urgência do espelho
poema
é susto
risco
de rio lento
como
se o poeta para existir
se
dissolvesse no vento
(Tanussi
Cardoso: em A medida do deserto, dentro da coletânea Rios, Ibis
Libris, 2003)
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