terça-feira, 25 de junho de 2024

 

    Jura secreta 4 

 

a menina dos meus olhos 

com os nervos à flor da pele 

brinca de bem-me-quer 

ela inda pensa que é menina 

mas já é quase uma mulher

 

Jura Secreta 5


não fosse essa alga 
queimando em tua coxa 
ou se fosse e já soubesse 
mar o nome do teu macho 
o amor em ti consumiria 

Olga Savary 
no sumidouro dos meus dias 

o couro cru 
na antropofágica erótica 
carne viva 
tua paixão em mim 
voraz língua nativa 

 

 Jura secreta 6 


o que passou não ficará já foi 
a menina dos meus olhos 
roubou a tua menina 
e levou para festa do boi 

fosse um Salgado Maranhão 
nosso batismo de fogo 
25 de março 
e o morro querosene  em chamas 
no canto pro tempo nascer 

e o amor que a gente faria 
o sol acabou de fazer 

 

Artur Gomes

Juras Secretas

Editora Penalux – 2018

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https://braziliricapereira.blogspot.com/


domingo, 23 de junho de 2024

múltiplas poéticas


 OS PASSARINHOS


Por onde eu caminho

vejo passarinhos que morrem.

Eles caem das alturas,

caem das nuvens

mais escuras e morrem.

Ou simplesmente, pousam e morrem.

 

Não há canto, nem gemido

sobre os pedregulhos que guardam as almas.

Morrem os passarinhos

quando acordam as árvores.

 

Celso de Alencar 


 Jura secreta 3 


fosse essa jura sagrada 
como uma boda de sangue 
às 5 horas da tarde 
a cara triste da morte 
faca de dois gumes 
naquela nova granada 
e Federico Garcia Lorca 
naquela noite de Espanha 
não escrevesse mais nada 

 

Artur Gomes

Poema do livro Juras Secretas

Editora Penalux - 2018 

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 PÁSSAROS MORTOS

 

"De que adiantaram / os poemas / Que te escrevi / ao longo desses anos?"

(André Giusti)

 

Te enviei mil pássaros tão belos /

prendeste-os todos em gaiolas de ouro. /

Um dia, quando os quis de volta /

não sabiam mais de suas asas. /

Morreram todos /

como morrem os poemas que não têm língua; /

como morrem os amores que não aprenderam a voar.

 

TANUSSI CARDOSO

 


não sou eu mas parecia e ser bem que poderia soube que um poeta em sampa está a me olhando com olhos de desejos que me arrepiam atiçando as tentações faço de tudo para que Baudelaire não saiba pois do jeito que o Federico anda ultimamente é capaz de me esganar se desconfiar desses olhares de fogo

Rúbia Querubim
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           a cidade dos sonhos

sonhei que estava descendo em uma cidade desconhecida que nunca tinha ido e tinha uma menina me esperando - mas não consegui identificar que cidade era e nem a menina consegui reconhecer procurei na fotografia não encontrei aviste um oceano Atlântico fui à beira mar e acordei

 

Artur Fulinaíma

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 Jura secreta 2 


não fosse esse punhal de prata 
mesmo se fosse e eu não quisesse 
o sangue sob o teu vestido 
o sal no fluxo sagrado 
sem qualquer segredo 

esse rio das ostras 
entre tuas pernas 
o beijo no instante trágico 
a língua sem que ninguém soubesse 
no silêncio como susto mágico 
e esse relógio sádico 
como um Marquês de Sade 
quando é primavera 

 

Artur Gomes

Poema do livro Juras Secretas

Editora Penalux - 2018

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sexta-feira, 14 de junho de 2024

múltiplas poéticas

 Jura secreta 3 


fosse essa jura sagrada 
como uma boda de sangue 
às 5 horas da tarde 
a cara triste da morte 
faca de dois gumes 
naquela nova granada 
e Federico Garcia Lorca 
naquela noite de Espanha 
não escrevesse mais nada 

 

Artur Gomes

Poema do livro Juras Secretas

Editora Penalux - 2018 

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 O chão que nos espera

 

tem pessoas que ainda gostam de fantasias ilusões ideias que não cultivo mais a pedra pólen inda me guia quando admiro céus sóis estrelas luas cheias vez em quando pedalo até a praia a procura de ouvir o canto da seria à beira mar yemanjá e continuo caminhando nesse chão que nos espera poesia além da morte bem pra lá dos girassóis para encontrar nas pradarias a  orelha de van  gog  e seu instante em desespero não espero muito como alguém que do outro lado do oceano me espera

 

Artur Gomes

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Vampiro Goytacá Canibal Tupiniquim

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O Homem Com A Flor Na Boca

 

O ator, produtor, videomaker e agitador cultural Artur Gomes acumula uma bagagem de 50 anos de carreira com prêmios nacionais e internacionais em teatro, música, literatura e artes gráficas. Gomes poderia se filiar na tradição literária dos chamados poetas malditos, como comumente e simplistamente nos referimos àqueles autores que constroem uma obra “rebelde” em face do que é aceito pela sociedade, vista como meio alienante que aprisiona os indivíduos em normas e regras. Tais autores rejeitam explicitamente regras e cânones. Rejeição que manifesta-se também, com a recusa em pertencer a qualquer ideologia instituída. A desobediência, enquanto conceito moral exemplificado no mito de Antígona é uma das características de tais sensibilidades poéticas, que no Brasil já vem de longe com um Gregório de Mattos e ganhou impulso e seguidores com o famoso trio da “parafernália” rebelde: Verlaine, Baudelaire e Rimbaud.

      Já tivemos oportunidade de observar em outras obras do autor, que suas construções poéticas seguem sempre renovadas para cima em matéria de criatividade, elencando uma variada diversidade temática que aborda, sempre em perspectiva ousada e radical, desde o doce e suave sentido do amor, ao cruel da relação amorosa, flertando com o libidinoso, e questões existenciais que expressam indignação, desobediência e transgressão.

 É que, explica ele: “arde em mim / um rio / de palavras / corpo lavas erupção / mar de fogo / vulcão”.  Outra faceta do autor, digna de nota, é a criação de vários heterônimos como sejam Federico Baudelaire, EuGênio Mallarmè ou Gigi Mocidade, talvez a mais irreverente de todos, porque fala a bandeiras despregadas, sem papas na língua. “Muitas vezes a língua pulsa pula para o outro lado do muro outras vezes a língua pira punk nesses tempos obscuros às vezes a língua Dada vai rolando dados nesse jogo duro muitas vezes a língua dark jorra luz nas trevas desse templo escuro”. 

E aqui temos afinal, mais uma obra desse múltiplo e incansável poeta que caminha com uma flor na boca, símbolo universal de amor, de paz e beleza. A ele não importa verdadeiramente por quais meios: “se sou torto não importa / em cada porta risco um ponto / pra revelar os meus destroços / no alfabeto do desterro / a carnadura dos meus ossos”. 

É poética que, para além de perquirir as dores e delícias da condição humana em si, envereda pelo viés de nossa condição social sempre ultrajada. Encontramos um poema que nos pergunta: “quem se alimenta / dessa dor / desse horror / desse holocausto // desse país em ruínas / da exploração dessas minas / defloração desse cabaço // quem avaliza o des(governo / simboliza esse fracasso?” 

Artur Gomes segue sua árdua caminhada, agora com o poderoso concurso da maturidade que lhe chega. Segue emprestando sua voz aos deserdados, aos desnutridos, aos que têm sede, aos que têm fome, ou aos que morrem assassinados nos guetos, nos campos, nas cidades por balas de fuzil, desse país que tarda em referendar a cidadania.

Krishnamurti Góes dos Anjos - Escritor e crítico literário

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Pássaros mortos, poemas inúteis

*

De que adiantaram

os poemas

Que te escrevi

ao longo desses anos?

Eles não te fizeram ficar

Muito menos bater

De volta em minha porta.

São pássaros mortos

Que não voam

Nem cantam mais.

Pegue todos

E os enterre

Em cova rasa

Feito indigentes sem RG.

Mas se achar

Que jamais foram pássaros

E que agora

Nada são além

De papel inútil,

junte essa porra toda

E vá queimar

No fundo do quintal.

*

André Giusti

 

Disponível em meu blog http://www.andregiusti.com.br/site/



Jura Secreta 


não fosse essa jura secreta 
mesmo se fosse e eu não falasse 
com esse punhal de prata 
o sal sob o teu vestido 
o sangue no fluxo sagrado 
sem nenhum segredo 

esse relógio apontado pra lua 
não fosse essa jura secreta 
mesmo se fosse eu não dissesse 
essa ostra no mar das tuas pernas 
como um conto do Marquês de Sade 
no silêncio logo depois do susto
 


Jura secreta 1 

a língua escava entre os dentes 
a palavra nova 
fulinaimânica/sagarínica 
algumas vezes muito prosa 
outras vezes muito cínica 

tudo o que quero conhecer: 
a pele do teu nome 
a segunda pele o sobrenome 
no que posso no que quero 

a pele em flor a flor da pele 
a palavra dandi em corpo nua 
a língua em fogo a língua crua 
a língua nova a língua lua 

fulinaímica/sagaranagem 
palavra texto palavra imagem 
quando no céu da tua boca 
a língua viva se transmuta na viagem 

 

Artur Gomes

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voragem

para ferreira gullar - in memória

não sou casta
e sei o quanto custa
me jogar as quantas
quando vejo tantas
que não tem coragem
presa a covardia

eu sou voragem
dentro da noite veloz
e na vertigem do dia

 

 

Rúbia Querubim

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Vampiro Goytacá

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Balbúrdia Poética

livro e manifesto

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SagaraNAgens Fulinaímicas

 

guima meu mestre guima

em mil perdões eu vos peço

por esta obra encarnada

na carne cabra da peste

da hygia ferreira bem casta

aqui nas bandas do leste

a fome de carne é madrasta

ave palavra profana

cabala que vos fazia

veredas em mais sagaranas

a morte em vidas severinas

tal qual antropofagia

teu grande serTão vou cumer

nem joão cabral severino

nem virgulino de matraca

nem meu padrinho de pia

me ensinou usar faca

ou da palavra o fazer

a ferramenta que afino

roubei do meste drummundo

que o diabo giramundo

é o narciso do meu Ser

 

Artur Gomes –

dos livros – SagaraNAgens Fulinaímicas – 2015

e Juras Secretas – 2018


amazônica

 

eu te desejo flores

e um facho de fogo

em couro cru & carne viva

o lance da vida é um jogo

de dados – mistérios

desvendamos sem medo

assim como música do chico

tatuarei os sinais dos teus dedos

em minha pele

sem nenhum segredo

o secreto me foi roubado

na missa do sétimo dia

meu profano

 bem mais que sagrado

pano de chão pra poesia

 

Artur Gomes

O Homem Com A Flor Na Boca

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soneto
[chico buarque]

Por que me descobriste no abandono
Com que tortura me arrancaste um beijo
Por que me incendiaste de desejo
Quando eu estava bem, morta de sono

Com que mentira abriste meu segredo
De que romance antigo me roubaste
Com que raio de luz me iluminaste
Quando eu estava bem, morta de medo

Por que não me deixaste adormecida
E me indicaste o mar, com que navio
E me deixaste só, com que saída

Por que desceste ao meu porão sombrio
Com que direito me ensinaste a vida
Quando eu estava bem, morta de frio


📷 daryan dornelles ]

Para ouvir (Maria Bethânia): http://youtu.be/VzVKCquIN7Msoneto

via Adelaide do Julinho 


joão & maria
[sil guimarães]

Agora eu era a noiva do caubói e andava nua pelo seu país. Fingia que sou seu brinquedo. Bolinha de gude, figurinha, bodoque, tampinha premiada de garrafa. A gente agora brincava de médico, subia em árvore, corria na chuva, soltava pipa, brincava de médico, fazia castelos em monte de areia. Rei e rainha, mocinha e bandido, mula sem cabeça, moinhos de vento, médico. Jurava amor eterno. Na fartura e na miséria, blá-blá-blá. Na formatura do jardim de infância, dentro do terno branco engomado, ele sussurrou ao ouvido dela, assanhando todas as saias do seu vestido de organdi: "quando crescer eu volto pra gente se casar". Primos. Quase indivisíveis como os números. Até que ele conheceu Lola e seus olhos de seis e meia, seu corpo de água mansa, seu sorriso de alecrim. O músculo mais potente do corpo humano é a língua. Apaixonou-se. Eu também. Agora era fatal.



os seis derradeiros poemas
de garbo gomes

laivo de
lesa - língua


do terceiro erro
a pa(lavra) sem vida
ao sol dis(sol(vida)

ress(urge) o ar(dor)
no re(canto)
dos pássaros

os espasmos
são inúteis

por migalhas
oram as horas

no aço dos olhos
o fosco torpor
do fado

inferno de inverno
interno

acima das nuvens
dormem os dândis

do sétimo círculo
a cidade
des
pro(vida)
de
poesia

fim da mais
rápida das vias

um travo de treva
em toda p(rosa)

os poetas
são cúmplices

teu corpo
de tordo
todo torto
com(prova)


07.06.24

incurável

é sempre
o erro
somente
o mesmo
pequeno
e grande
ruído
de restos
roídos
perfeito
equí
voco
de linha
e ritmo
de laço
e perda
o erro
sempre
mesmo e
somente
o in
vocar
solene
da bruta
ruptura
o que
sangra
e não
perdura
o mesmo
sempre
erro e o
insolente
coice de
coisa
junto à
gente
e sem
pre o
erro
mesmo
na boca
do ventre
e veste
o vasto
vazio
ur
gente
o erro
somente
que errar
é se mover
adiante
(riocorrente)
e não
adianta
a todo o
instante é
recorrente
e o ver
so é sem
pre recom
pensa que
não com
pensa
o erro
silente re
torna e
tudo trans
torna
a poesia
não tem
cura e o
que nela
se pro
cura é
o que
se per
de sem
pre

09.06.24

não é nada disso

não requente
o requinte
não cale
o coice
antes ouça
o ouvinte
aceite
o açoite
faça vinte
poemas
andando
à noite


09.06.24

ruído de amor
ruído


da infecta glande
escura baba
espumo

betume impuro
seiva de sangue
infecundo

lancinantes
lacerações
lúbricas

eu sou a senda
a sarça no sol
sujo

um corpo preso
em um cárcere
de Circes

nefasto fastio
de enfado
infando

hálito fólico
de infarto
fálico

eu sou não sendo
sou o que envolve
a vida

em dantescas
terzinas
macias

da fauna de Florry
à flora de Zoe e
ao fogo de Kitty

(prostitutas
de mínimas
narinas

- de fato
olvidado todo
olfato -

prostradas
em minhas
fendas infindas )

os vermes dançam
dentro do meu olho
vermelho

não há ninguém
do outro lado do
espelho

garbo gomes
13.06.24

escura essa hora
onde nascem
os desertores
fecham-se poças
de sangue sob
teus passos
a cidade é
um círculo
o poema
um cálculo
a veia
aberta ao
vício
a voz
inscrita no
vácuo
sol - te o sol
dentro da
dor
sal - te o sul
fora de
si


15.06.24

ela veio
quase
viva
eu vi nosso
elo sem
vida
ela vindo se
foi por via
alguma
viva vaia
vasta me
veste
ela indo ficou
perto de parte
nenhuma
verso vivo
teso me
tece
eu vi nosso
halo nos
olhos dela
o veio sem
veia quase
verte
nossa dor
cada dia
mais bela


16.06.24

arte:
Os amantes
Marc Chaggall
( 1946 ) 



ela veio
quase
viva
eu vi nosso
elo sem
vida
ela vindo se
foi por via
alguma
viva vaia
vasta me
veste
ela indo ficou
perto de parte
nenhuma
verso vivo
teso me
tece
eu vi nosso
halo nos
olhos dela
o veio sem
veia quase
verte
nossa dor
cada dia
mais bela

garbo gomes
16.06.24

arte :
Jackson
Pollock 




ruído de amor
ruído

da infecta glande
escura baba
espumo

betume impuro
seiva de sangue
infecundo

lancinantes
lacerações
lúbricas

eu sou a senda
a sarça no sol
sujo

um corpo preso
em um cárcere
de Circes

nefasto fastio
de enfado
infando

hálito fólico
de infarto
fálico

eu sou não sendo
sou o que envolve
a vida

em dantescas
terzinas
macias

da fauna de Florry
à flora de Zoe e
ao fogo de Kitty

(prostitutas
de mínimas
narinas

- de fato
olvidado todo
olfato -

prostradas
em minhas
fendas infindas )

os vermes dançam
dentro do meu olho
vermelho

não há ninguém
do outro lado do
espelho

garbo gomes

16.06.24

arte :
Aparência
Odilon Redon
( 1960 )



 II Festival Cine Vídeo Poesia

Studio Fulinaíma Produção Audiovisual

https://www.facebook.com/studiofulinaima/

muito em breve sessões presenciais

aguardem mais informações

Fulinaíma MultiProjetos – KINO3

Curadoria: Artur Gomes, Jiddu Saldanha e Tchello d´Barros

Contatos: fulinaima@gmail.com – 22 99815-1268 – zap

Siga no instagram

@fulinaima - @artur.gumes


via Luis Turiba

 80 ANOS DO CHICO

 Vamos celebrar esta data querida com sambas, musas, romances e cervejas.

Tirei minha camiseta da Tertúlia da gaveta, sacudi, pendurei no varal do quintalzinho e a noite vou vesti-la num samba quente da Lapa.

Chico nos redimiu nos tempos da ditadura e jamais se curvou diante das ameaças à democracia no Brasil.

Chico é coisa nossa, vamos cantá-lo.

Salve Chico.


CHICO OITENTA DE HOLANDA

               Rose Araujo 🌹

 

Vamos enxague

a camisa franciscante

pra alegria refrescante

dar à alma bom lugar

 

Siga baile

pois no bloco dos cantantes

raia sempre poesia

só se quer buarquear

 

Venha exale

celebrares de holanda

de ritas bias carolinas

para a banda dar lugar



𝗖𝗔𝗧𝗔𝗚𝗨𝗔𝗦𝗘𝗦 𝗠𝗢𝗗𝗘𝗥𝗡𝗜𝗦𝗧𝗔

𝗔 𝗣𝗔𝗟𝗘𝗦𝗧𝗥𝗔 & 𝗢 𝗙𝗜𝗟𝗠𝗘 

Como parte da programação da Semana de Arte de Cataguases – que se inicia na próxima sexta-feira, 21 de junho –, farei uma palestra intitulada “Cataguases Modernista”, que acontecerá no dia 26 de junho, às 19 horas, na Chácara Dona Catarina.  Na ocasião, vou relançar alguns de meus livros mais recentes: “Cataguases Século XX/ antes & depois”; “Momento Vivo”; “Sob o signo do imprevisto/ Rosário Fusco por Ronaldo Werneck”; e “o mar de outrora & poemas de agora”.

Após a palestra, haverá a exibição de um piloto com trechos já editados do filme sobre meus 80 anos de vida e literatura, que tem direção do cineasta Murillo Azevedo. Com sequências já realizadas no Rio e em Cataguases, o filme conta com a participação de vários músicos e escritores. Fechando a noite, haverá uma apresentação musical com o Sexteto Patápio Silva.

 


II Festival Cine Vídeo Poesia

Na página Studio Fulinaíma Produção Audiovisual no facebook

Se você tem vídeo com poesia de até 5 minutos – envie-nos para avaliação

através do zap 22 99815-1268 – ou pelo e-mail fulinaima@gmail.com

Fulinaíma MultiProjetos – KINO3

Curadoria: Artur Gomes, Jiddu Saldanha e Tchello d`Barros

 

leia mais no blog KINO3

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           Oficina de Poesia Falada

            escrita criativa criação e interpretação

                     Teatro Multilinguagens 


sábados das 14 às 16h

Direção: Artur Gomes e Paulo Victor Santanna

Local - Anfiteatro do Palácio da Cultura

Campos dos Goytacazes-RJ e durante a semana no grupo da Oficina 

no zap – 22 99815-1268

Realização: Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima – Prefeitura de Campos

 

PoÉtika

 

Eu Sou Drummundo

e me confundo

na matéria amorosa

posso estar na fina/flor da juventude

ou atitude de uma rima primorosa

ou até na pele/pedra

quando me invoco baratino

então provoco um barafundo

cabralino

e meto letra no meu verso

estando prosa

e vou pro fundo

do mais fundo

o mais profundo mineral

Guimarães Rosa

 

Artur Gomes

Poema do livro Juras Secretas

Editora Penalux – 2018

 

Entredentes 3

Clique no link para ver o vídeo

https://www.youtube.com/watch?v=HOYnqPlINXM


eu te desejo flores

e um facho de fogo

em couro cru & carne viva

o lance da vida é um jogo

de dados – mistérios

desvendamos sem medo

assim como música do chico

tatuarei os sinais dos teus dedos

em minha pele

sem nenhum segredo

o secreto me foi roubado

na missa do sétimo dia

meu profano

 bem mais que sagrado

pano de chão pra poesia

 

Artur Gomes

leia mais no blog

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                          fulinaimagem

despenca a sombra da vertigem
nos intestinos finos da voragem

Artur Fulinaíma

Mostra Visual de Poesia Brasileira
Fulinaíma MultiProjetos
portalfulinaima@gmail.com
(22)99815-1268 – whatsapp
https://arturgumesfulinaima.blogspot.com/


 vamos comer as Bacantes

do mercado municipal
de Campos dos Goytacazes
por algumas noites satanazes
para celebrar a memória genial
de uma santa que passou

por aqui
 São Dionísio Kapi

EuGênio Mallarmè
in Cadernos de Viagem
https://www.facebook.com/zeusmelivre 




Intervenção junina
poema escrito especialmente para a intervenção poética: Poesia Viva Poesia - Dia 18 - junho – 14h - no Teatro de Bolso – Campos dos Goytacazes-RJ – Arraiá do Salto – apresentação: Clenir Gonçalves

era uma noite de junho
inverno não primavera
e eu de poema em punho
fazendo cantigas de amor para ela
mas ela não veio me ver
do outro lado da janela
era uma moça distante
que eu chamava FlorBela

quantas noites sonhei Florbela
em minha cama sozinho
pensando na cama dela
bebia beijos e vinho
era uma vez uma rua
que tinha nome de formosa
não era grande sertão
nem eu era Guimarães rosa

mas era noite de junho
e mesmo assim
me sentia um riobaldo
amando diadorim
como se fosse lua cheia
clara como clarão
ela toca fogo em minha pele
incendeia meu coração

e 24 de junho
é noite de São João
e meus fogos de artifícios
são pra chamar sua atenção
a moça que nunca veio
do outro lado da janela
não sabe que é tudo dela
meu céu meu mar meu chão

Artur Gomes

 Bolero Blue

 

beber desse conhac em minha boca

para matar a febre nas entranhas

entre dentes - indecente é a forma

que te como bebo ou calo

e se não falo quando quero

na balada ou no bolero

não é por falta de desejo

é que a fome desse beijo

furta qualquer palavra presa

como caça indefesa

dentro da carne que não sai

 

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O Homem Com A Flor Na Boca

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O poeta é um fingidor

chove aqui dentro
mais do que lá fora
eu tenho pressa
de olhar teus olhos
nesse mar de angra
o pau brasil ainda sangra

enquanto isso
ela passeia no egito
entre templos sagrados
dessas múmias quânticas

me perdoa
o poeta é um fingidor
mas eu não sou Fernando Pessoa

Artur Gomes

por onde andará Macunaíma?
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 Delicadeza

para Sofia Brito

Bebo teus olhos atlânticos
e tua voz portuguesa
como quem bebe no Tejo
saudades de Lisboa

caminho com os teus passos
em direção ao poema do desassossego
Florbela Espanca Alberto Caieiro Fernando Pessoa

Artur Gomes
O Homem Com A Flor Na Boca
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“Eros e Psique”

Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
Do além do muro da estrada.
Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.
A Princesa adormecida,
Se espera, dormindo espera.
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.
Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado.
Ele dela é ignorado.
Ela para ele é ninguém.
Mas cada um cumpre o Destino –
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.
E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E, vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora.
E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão , e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.

            Fernando Pessoa

Federico Baudelaire

entrevista Uilcon Pereira 


Federico Baudelaire - Além do clima geral, dessa euforia, que nos emocionou também, o que mais lhe chamou a atenção na festa cultural do lançamento do seu romance? 

Uilcon Pereira - Principalmente o bom número de compradores para a edição de luxo, com capa dura e gravuras de famosos artistas plásticos. Agora posso confessar tranquilamente : eu temia um cenário de filas iguais as do Instituto da Previdência, para a edição em brochura; e, em compensação só dois ou três gatos pingados na fila para a aquisição da obra ilustrada, caríssima, chiquérrima, talvez em demasia. 

Federico Baudelaire - Você planejou essa divisão? 

Uilcon Pereira - Não, jamais. A Noa Noa do Cléber Teixeira, em Florianópolis, é que se encarregou da edição artística de ruidurbanos enquanto "livre d´art". São gravuras de nomes ilustres do nosso mundo cultural e artístico, com trabalhos supervalorizados também do ponto de vista econômico. O jogo do mercado aqui, impõem-se naturalmente. Pode ser até um jogo duro, porém não há como fugir: grana fabrica mais grana. Felizmente errei nas minhas profecias: vendemos essa versão elitista para dezenas e dezenas de admiradores do Antonio Dias, Gerchman, Leon Ferrari, Baravelli e outros. 

Federico Baudelaire - Enfim, você agora está posto em sossego: Ao mesmo tempo, virou um ícone, uma figura pública, pois tinha vivido e escrito um pouco a sombra... 

Uilcon Pereira - Sim, na penumbra digamos. Por eleição e princípio. Tanto que na minha cabeça, pelo menos, a derrota comercial do livro já virara um programa, uma profissão de fé e um destino.

Ruidurbanos – Uilcon Pereira in memória

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       Jura secreta 4     a menina dos meus olhos  com os nervos à flor da pele  brinca de bem-me-quer  ela inda pensa que é menin...