domingo, 23 de junho de 2024

múltiplas poéticas


 OS PASSARINHOS


Por onde eu caminho

vejo passarinhos que morrem.

Eles caem das alturas,

caem das nuvens

mais escuras e morrem.

Ou simplesmente, pousam e morrem.

 

Não há canto, nem gemido

sobre os pedregulhos que guardam as almas.

Morrem os passarinhos

quando acordam as árvores.

 

Celso de Alencar 


 Jura secreta 3 


fosse essa jura sagrada 
como uma boda de sangue 
às 5 horas da tarde 
a cara triste da morte 
faca de dois gumes 
naquela nova granada 
e Federico Garcia Lorca 
naquela noite de Espanha 
não escrevesse mais nada 

 

Artur Gomes

Poema do livro Juras Secretas

Editora Penalux - 2018 

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 PÁSSAROS MORTOS

 

"De que adiantaram / os poemas / Que te escrevi / ao longo desses anos?"

(André Giusti)

 

Te enviei mil pássaros tão belos /

prendeste-os todos em gaiolas de ouro. /

Um dia, quando os quis de volta /

não sabiam mais de suas asas. /

Morreram todos /

como morrem os poemas que não têm língua; /

como morrem os amores que não aprenderam a voar.

 

TANUSSI CARDOSO

 


não sou eu mas parecia e ser bem que poderia soube que um poeta em sampa está a me olhando com olhos de desejos que me arrepiam atiçando as tentações faço de tudo para que Baudelaire não saiba pois do jeito que o Federico anda ultimamente é capaz de me esganar se desconfiar desses olhares de fogo

Rúbia Querubim
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           a cidade dos sonhos

sonhei que estava descendo em uma cidade desconhecida que nunca tinha ido e tinha uma menina me esperando - mas não consegui identificar que cidade era e nem a menina consegui reconhecer procurei na fotografia não encontrei aviste um oceano Atlântico fui à beira mar e acordei

 

Artur Fulinaíma

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 Jura secreta 2 


não fosse esse punhal de prata 
mesmo se fosse e eu não quisesse 
o sangue sob o teu vestido 
o sal no fluxo sagrado 
sem qualquer segredo 

esse rio das ostras 
entre tuas pernas 
o beijo no instante trágico 
a língua sem que ninguém soubesse 
no silêncio como susto mágico 
e esse relógio sádico 
como um Marquês de Sade 
quando é primavera 

 

Artur Gomes

Poema do livro Juras Secretas

Editora Penalux - 2018

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