Luís Turiba
gosto de determinados cheiros
de gente, de queijos temperos
alguns deles, nem tenho paladares
para ouvi-los degustá-los,
tampo & ouço-os ao vê-los
piso-os com a sola
dos meus cabelos
tropeço em seus relevos
com meus pelos amarelos
tapetes de dez pentelhos
aparados em bigodes
chinos clássicos vermelhos
percebê-los,
percebeijos
sentido é puro desejo
basta memorizá-los q os
tais quais refletem espelhos
O ESCOLHIDO
Rose Araujo 🌹
Espremido entre a densa sexta-feira em sua narrativa de longa semana e o domingo que logo ali nos acena, o sábado irradiava vida e completude, diante de infinitas possibilidades. Orgulhava-se de ser contado e cantado por poetas, com encanto e naturalidade.
Ser sábado não era tarefa das mais fáceis, devido a grande expectativa em torno das suas horas. Era sinônimo de leveza e celebração e não havia quem não marcasse compromisso importante para esse dia.
Consciente de sua nobre sina, imbuía-se de agendas diversas, infinitas promessas, sonhos e expectativas estendidas a todas as idades, desde o primeiro raio de sol ao último sorriso da lua, entretida com as estrelas.
Se super poderes lhe atribuíssem, proibiria terminantemente dores de corpo e de alma ao longo do seu dia, pois sentia-se verbete de lazer e de esperançar e também de gratidão.
Algumas línguas, boas ou más - vocês dirão - ressaltavam sua inutilidade, já que todos os seu colegas úteis findavam-se no dia anterior. Não percebiam que sua utilidade era subjetiva, singular, dedicada aos fazeres com alma, com calma, à felicidade, à arte e à poesia contida em todas elas. Pragmáticos, faltava-lhes o olhar às [in]significâncias barreanas e à ternura do Poetinha.
Centelha prenunciada, contagiava de vida a vida, revelando maiores sentidos de sétimo dia.
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