Vampiro Goytacá
no porão da casa onde aprendi a enxergar clara/luz na escuridão quando seus olhos de vidro viraram espelhos para os meus numa madrugada 27 agosto 1948 datas também me acompanham desde que vi o primeiro clarão diurno quando o trem passou para dores de macabu quando estive na bolívia senti o cheiro de corumbá ali de perto em assunção do paraguai porto viejo canavarro o barro vermelho no carnaval pelas fronteiras cerveja com caldo de piranha a dona de um bordel no pantanal chamava os jacarés com nomes de jogadores de futebol quando perdi o avião pra boa vista
Artur Gomes
Do inédito: Vampiro Goytacá Canibal Tupiniquim
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