sexta-feira, 9 de maio de 2025

Poesia Ali Na Mesa - Balbúrdia PoÉtica - 10

Federika Pagu minha mais nova parceira nas jornadas balburdianas porque a vida não é sagarana nem mesmo com muita sagaranagem fulinaíma minha linda estrela guia no jongo dessa fulia me ensinou toda magia para nossa primeira empreitada a provocação de Ednalda procurar murucututu em cia de Jiddu em São Pedro da Aldeia porque a vida é muito mais bonita quando não é feia


Espelhos

 

ser o corpo espelhado
ser a traição do reflexo

: o registro pretérito na câmara escura do olho

: a imagem futura no milagre do espelho

: o silêncio
o não dito

 

do vítreo ao visgo
as aparências se avizinham

o que é o céu senão veios espelhados
do pensar

o que é o chão senão o crânio estilhaçado
depois da queda

 

Wanda Monteiro


as musas de Ignácio

 

    a Ignácio de Loyola Brandão

 

a mesma língua fala

quando deitamos palavras duras

a vida crua sobre o corpo do texto

e do teu poema

 

partilhamos a busca do mesmo céu

de línguas e dentes em viva dança

não mais de veia bailarina

 

querendo escrever tanto a um só tempo

sobrepomos ao risco da Morte nossos textos

 

pacto de carícias entre fonemas

sons dançantes saem além da boca

 

sedução de risos no imaginário

 

do menino que admirava a brancura da pele da Primeira Musa

e matava os anões com as palavras

creme de champignons envenenados

colhidas na floresta de outros tempos

 

risos emoldurados em boca e janelas

lá pelas terras de Araraquara

doze anos antes do nascimento da estrela mágica

do beijo que não vem da boca

 

lá onde eu poderia ter escrito o meu primeiro poema

cantando língua e beijo

ao vento dos ventiladores


Cristiane Grando lendo o poema "as musas de Ignácio" para Ignácio de Loyola Brandão, na inauguração da Biblioteca Culturando em Jumirim em 18/03/2023.

*

"os amores de Edgar Allan Poe"

 

Valéry amava Mallarmé que amava Baudelaire

que amava Allan Poe que amava Virginia

a dos cabelos negros como o corvo

 

Valéry morreu depois de ter projetado o "Anjo"

sua última inspiração poética

Mallarmé ainda procura "O Livro essencial"

quando encontrou a Morte

Baudelaire sofreu uma longa agonia

antes de morrer e ser enterrado

no cemitério de Montparnasse em Paris

e Allan Poe casou-se com Virginia

que morreu aos 25 anos

 

Cristiane Grando


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cada corpo é sua própria guilhotina

              

não bastam baterem suas membranas

na  caixa craniana e arderem

seus ramos carnais

entre a multidão de sal e fúria

os decapitados da vida

pensam como estão fodidos

nesse labirinto com tentáculos de polvo

fodidos na mutilação do sol feito

de memória e esquecimento

a fome circunda por fora com 77 patas

os decapitados da vida habitam

o íntimo calcário dos dias

com seus fêmures de relâmpagos

com suas línguas que cavalgam

a paisagem cubista de outras peles

cada corpo sustenta o seu lodo

cada corpo partilha o pus

o pão esmigalhado na brutal realidade

cada corpo é sua própria guilhotina anoréxica

são como cachorros nômades

sem nenhuma primavera em seus órgãos

os decapitados da vida

acolhem os reflexos

guardados nas águas mornas

nos olhos que são cabaças

dispersas na margem voraz do mundo

o amanhecer para eles é uma ferida

com sete peles de serpente 

em torno do veneno e clamor

a religião dos calos é florescer e doer

é preciso queimar até o fim

no sanguíneo gesto

a frágil anatomia do horizonte

 

Carlos Orfeu


O adejo dos golfinhos,

o nado da gaivota

 

é bonito de ver

como num passo improvável

o mar trocou de lugar com o céu:

a gaivota flutuante, o golfinho saltador

e o céu não acaba nunca

 

acrobacias e encontros

que tem como impulso

o vento, o ar passadiço

e o mar não acaba nunca

 

Love song

quando você me aperta o coração
cortando da gaivota
o silêncio
da solidão, o frio
aprendo aos poucos os acordes de "La Vie em Rose"
te dou metade d palavra amor
e espero do caminho,
a outra metade
 

Natália Agra

Do livro De repente a chuva

Corsário Satã – 2017


MAR ABERTO

 

Naquele dia

em  que você me puxou

pelo braço

com força

para cima

eu já não respirava.

 

Michaela v. Schmaedel

Do livro Coração Cansado

Penalux - 2020 



Balbúrdia PoÉtica 7

Poesia Ali Na Mesa

23 de maio - 19:30h

na Santa Paciência - Casa Criativa

Rua Barão de Miracema, 81

Campos dos Goytacazes-RJ

choveu pedra em São Francisco do Itabapoana se de gelo ou granizo inda nem sei só depois da apuração da comissão de inquérito instaurada por alguns moradores da localidade  do Macuco saberei.

                       Federico Baudelaire

*

cada qual com sua Natureza , pode ser garoa ou correnteza , é o tempo comandando a sua Fortaleza

                                       Zhô Bertholini  

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com hendrix escrevo uma história de distorções,

uma história de um poeta alucinado por histórias,

pelejas noturnas e diurnas captadas nas margens

e no centro das quebradas,

a cidade é bonita,

do oitavo andar vejo o relógio da central

e o morro do corcovado com o sua gigante estátua,

as pessoas amam essa cidade,

ontem eu ví um grupo de turistas franceses fotografando

o monumento que se exibe no centro da praça tiradentes,

a cidade é toda bonita, o centro da cidade é lindo,

linda é a minha vida de poeta cantor

cantando beatriz de chico e edu a capela

no meio da cinelândia,

lá encontrei o poeta Artur Gomes Fulinaíma

de Campos do Goitacazes,

ele me filmou,

falou de Douglas Carrara poeta

da nossa irmandade

 

Edu Planchez (Maçã Silattian)

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Balbúrdia PoÉtica 6

Artur Gomes e José Facury

Dois Perdidos Em Seus Poemas Sujos

Dia 17 de maio – 20h

lançamento do livro: Itabapoana Pedra |Pássaro Poema

poetas convidados: Jiddu Saldanha e Tanussi Cardoso

Roda de Samba com : Clarêncio Rodrigues e Digo Conceição

Poesia Ali Na Mesa

 

traição grega

 

 helena me deu

um cavalo de pau

me jogou no vento

me pegou em troia

 me roubou a jóia

me deixou em trento

 

Artur Gomes

Poema do livro Itabapoana Pedra Pássaro Poema

Realização: Usina4 – Fábrica de Cultura, Kino3 – Congresso Brasileiro de Poesia – Fulinaíma MultiProjetos

22 99815-1268 – whatsapp

link para ver o vídeo

https://www.instagram.com/p/DJkezVQPRU4/

 Balbúrdia PoÉtica

Poesia Ali Na Mesa

Edição Especial

À Memória de Renato Aquino

Performance Teatro.Poesia

Roda de Conversa – lançamento do livro Itabapoana Pedra Pássaro Poema

Dia 13 de maio – 21h

Auditório Reginaldo Rangel

IFF Instituto Federal Fluminense

Campus Centro – Rua Dr. Siqueira, 273 – Campos dos Goytacazes-RJ

 

tempo de poesia

para Renata Magliano

 

lancei o tempo

na agulha de uma fresta

ainda bêbado de ontem

bebo as 35 pausas

de uma mulher em chamas

que ainda não conheço

o tempo me dirá o endereço

como metáfora ou alquimia

e sendo drama ou festa

tempo de poesia

                  é o que nos resta

 

Artur Gomes

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Realização: Coletivo Macunaíma de Cultura, Kino3, Congresso Brasileiro De Poesia, e Fulinaíma MultiProjetos

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   Balbúrdia PoÉtica 6

Poesia Ali Na Mesa

Artur Gomes & José Facury

Dois Perdidos Em Seus Poemas Sujos

À memória de Hilda Hilst e Olga Savari

Dia 17 de maio – 20h

Usina4 – Casa Criativa – Rua Geraldo de Abreu, 4 – Cabo Frio-RJ

Com Performance Teatro.Poesia

 

Roda de Samba com Clarêncio Rodrigues e Digo, Lançamento do Livro: Itabapoana Pedra Pássaro Poema  e Poesia Ali Na Mesa - Poetas Convidados: Jiddu Saldanha e Tanussi Cardoso

 

Poesia Ali Na Mesa

 

sobre/mesa para

depois do café da manhã

depois do almoço

lanche da tarde

depois do jantar

para não dormir de toca

com palavra presa na boca

e Aquiles no calcanhar

 

Poesia Ali Na Mesa

como uma grande surpresa

na hora de trabalhar

 

Artur Gomes

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